ANTÓNIO COTRIM / LUSA

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, durante o encontro, com o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping
Não se sabe ainda muito bem porquê, mas, quando Luís Montenegro mencionou a palavra “Ucrânia”, durante o encontro com Xi Jinping, os microfones chineses foram imediatamente desligados; e foi pedido aos jornalistas que saíssem da sala.
O primeiro-ministro português afirmava, perante o Presidente da República Popular da China, que conta com a sua relação próxima com a Rússia para que seja possível “construir uma paz justa e duradoura” na Ucrânia.
Luís Montenegro fez estas declarações no início do encontro com Xi Jinping, no seu primeiro dia de visita oficial à China. Mas os jornalistas só puderam gravar os primeiros três minutos da conversa.
“Não posso deixar de, em nome do Governo de Portugal, transmitir ao Sr. Presidente que contamos muito com o vosso contributo e a relação próxima que a China mantém com a Federação Russa para podermos, o mais rápido que seja possível, construir uma paz justa e duradoura na Ucrânia“, afirmou.
Coincidência ou não, segundo o relato da Antena 1, foi neste preciso momento, quando Montenegro mencionou a palavra “Ucrânia”, que os microfones dos jornalistas chineses se desligaram; tendo sido depois pedido à comunicação social que abandonasse a sala.
Já depois deste momento, em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro português manifestou-se confiante de que o apelo que dirigiu ao presidente da China para utilizar a relação próxima com a Rússia a favor da paz na Ucrânia “não cairá em saco roto”. Mas alertou que não pode falar por ele.
Luís Montenegro foi questionado pelos jornalistas sobre que eco teve de Xi Jinping, depois de ter dito que contava com o contributo deste país para se “construir uma paz justa e duradoura na Ucrânia”.
“Eu creio que o apelo, vindo de um país amigo, vindo de um país da União Europeia, vindo de um país, como o Sr. presidente Xi Jinping enfatizou também, que tem uma identidade de valores e de percurso, não cairá em saco roto”, afirmou.
Dizendo não poder responder pelo presidente da República Popular da China, Montenegro manifestou-se convicto de que Portugal tem feito o que lhe é exigido quanto a este conflito.
“A minha convicção é que, à nossa dimensão e sem nenhum tipo de pretensiosismo, nós fazemos aquilo que se exige a uma nação com a história e com a respeitabilidade internacional que Portugal tem. Nós somos construtores de pontes, nós somos protagonistas da aproximação entre povos, nós somos defensores da paz, defensores dos valores, do respeito pelos direitos das pessoas”, sublinhou.
Montenegro aterrou em Pequim ao início da tarde de segunda-feira, num momento fechado à comunicação social. Não teve qualquer agenda pública nesse dia.
A agenda oficial do primeiro-ministro começou na manhã desta segunda-feira com uma cerimónia de deposição de uma coroa de flores no monumento aos Heróis do Povo, na Praça Tiananmen, em que esteve acompanhado pela mulher e pelos três ministros que integram esta visita: Paulo Rangel, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Manuel Castro Almeida, ministro da Economia e da Coesão Territorial, e Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia.
Neste ponto, que apenas pôde ser acompanhado no local por um fotojornalista e um repórter de imagem, foram tocados os hinos de Portugal e da China.
Além do encontro com Xi Jinping , Luís Montenegro reuniu-se antes com o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji.
Ao final da tarde, o chefe do Governo português terá um encontro de trabalho com o homólogo chinês, Li Qiang, também no Grande Palácio do Povo, seguindo depois para a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), onde tem agenda na manhã de quarta-feira.
Na quinta e sexta-feira, Montenegro fará uma visita oficial ao Japão, com passagens por Tóquio e Osaka.
ZAP // Lusa
Os chineses estão com Deus e com o Diabo. E nós, Europa, ainda os “alimentamos”.
Hipocrisia é o que é.
Mais uma edição do portugal dos pequeninos…
À China interessa-lhe que a guerra da Ucrânia continue.
Montenegro deve ser estúpido. A Ucrânia não é tema que interesse a Portugal, e mencioná-la na China foi uma provocação idiota. Não compete a Portugal dar conselhos à China sobre o seu comportamento relativo à Ucrânia. Será assim tão difícil de perceber? Ou é mesmo sinal de estupidez e de falta de sentido de diplomacia? A Portugal interessa ter boas relações com a China, e este idiota arriscou-se a pôr isso em perigo.