PAULO NOVAIS/LUSA

Combate às chamas em Pedrógão Grande
Incêndio em Leiria já está em fase de resolução. 1.316 operacionais e 445 meios terrestres continuam a combater o único grande incêndio ativo, em Arganil, Coimbra.
Várias máquinas de rasto e meios aéreos estão a apoiar os operacionais no terreno para garantir a consolidação dos dois incêndios de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, que deflagraram ao início da tarde de sábado. O segundo comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria, Ricardo Costa, disse à Lusa que estão a ser utilizadas máquinas de rasto para “criar faixas de contenção” no incêndio que teve início na freguesia da Graça.
O fogo que deflagrou na freguesia de Pedrógão Grande “tem uma série de escarpas de difícil acesso, que nem permite a meios apeados chegar”.
“Estamos a fazer um perímetro com meios apeados e a utilizar os meios aéreos para baixar a temperatura e evitar reacendimentos”, precisou. O segundo comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria admitiu que a situação está controlada, neste momento, alertando para o período de maior calor, da parte da tarde.
O presidente da Câmara de Pedrógão Grande, António Lopes, disse à Lusa que está a ser realizado o levantamento de todos os estragos e de possíveis primeiras habitações destruídas para garantir o acompanhamento da ação social. Às 11:00, o autarca desconhecia qualquer situação de desalojados. A página da internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil referia, às 10:51, que estavam nas operações de rescaldo do incêndio de Pedrógão Grande 662 operacionais, 207 viaturas e três meios aéreos.
O alerta para o primeiro incêndio na freguesia de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, foi dado pelas 14:27, de sábado, e o segundo surgiu na freguesia da Graça, no referido concelho, pelas 15:21. Várias estradas foram encerradas e procedeu-se à evacuação de cinco aldeias, por precaução. A situação ficou normalizada durante a madrugada de hoje.
A população de Pedrógão Grande voltou a ser surpreendida pelas chamas, oito anos depois dos grandes incêndios naquele concelho. Os incêndios que deflagraram em 17 junho de 2017 em Pedrógão Grande e que alastraram a concelhos vizinhos provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos a 253 populares, sete dos quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
Piódão ainda é o que preocupa mais
O incêndio em Piódão, no município de Arganil, Coimbra, que começou em 13 de agosto, era o que continuava a mobilizar mais meios hoje de manhã, segundo a Proteção Civil. Pelas 08:00, estavam no local 1.316 operacionais e 445 meios terrestres, sendo o único incêndio ativo das ocorrências significativas nos critérios da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos já provocaram quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss, um helicóptero Super Puma e dois aviões Canadair.
Segundo dados oficiais provisórios, até 23 de agosto arderam cerca de 248 mil hectares no país, mais de 57 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.
O risco de incêndio mantém-se máximo ou muito elevado em vários concelhos, sobretudo no interior norte e centro, apesar de a meteorologia prever uma pequena descida da temperatura máxima.
O valor máximo deverá ser atingido em Bragança e Évora, com 34 graus Celsius, segundo o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA).
A previsão é de períodos de céu muito nublado, com a possibilidade de períodos de chuva fraca ou chuvisco no litoral a norte do Cabo Raso até ao meio da manhã.
ZAP // Lusa