Conhecer o estado de saúde atual do seu coração é crucial — e determinar a idade “real” do seu coração pode ser uma ferramenta adequada para o fazer.
Investigadores da Northwestern Medicine, em Chicago, nos EUA, desenvolveram uma calculadora de idade cardíaca para ajudar as pessoas a compreender melhor a sua saúde cardiovascular — e ajudar os médicos a comunicar mais claramente aos seus pacientes o que está em jogo.
No estudo, cujos resultados foram publicados na quarta-feira na JAMA Cardiology, os investigadores usaram a sua ferramenta para calcular a idade cardíaca de um grupo de participantes com base no seu risco global de doença cardiovascular.
Os investigadores ficaram surpreendidos com os resultados: muitos tinham uma “idade cardíaca” muito maior do que a sua idade real, nalguns casos por mais de uma década.
Embora a consciencialização da saúde pública sobre doenças cardíacas esteja a melhorar, esta continua a ser a principal causa de morte na maior parte dos países ocidentais.
“Uma razão fundamental para esta mortalidade é que as pessoas que necessitam de intervenções de saúde cardíaca muitas vezes não o sabem, e perdem cuidados que os poderiam ajudar”, explica Sadiya Khan, professora na Northwestern University e autora principal do estudo em nota de imprensa da universidade.
“Esperamos que esta ferramenta ajude médicos e pacientes a discutir o risco de doença cardíaca de forma mais eficaz, para que possamos informar melhor sobre que terapias podem prevenir ataques cardíacos, AVCs ou eventos de insuficiência cardíaca”, disse Khan.
O American College of Cardiology e a American Heart Association recomendam que o risco de doença cardiovascular (DCV) de um paciente seja avaliado periodicamente, para orientar estratégias de tratamento.
Normalmente, os médicos comunicam o risco cardiovascular como uma percentagem — por exemplo, dizendo que há 20 % de risco de AVC nos próximos 10 anos. Esse valor significa que em 100 pessoas com perfis de saúde semelhantes, é expectável que 20 tenham um AVC nesse período.
No entanto, as percentagens podem parecer abstratas — e podem não ser suficientemente motivadoras para estimular as pessoas a tomar uma ação.
A nova ferramenta calcula a idade cardíaca de uma pessoa utilizando dados de saúde de rotina como tensão arterial, níveis de colesterol, estado diabético e hábitos de vida como fumar.
A equipa da Northwestern testou a sua calculadora usando dados do National Health and Nutrition Examination Survey, que incluiu cerca de 14.000 participantes entre os 30 e 79 anos sem historial de DCV.
Os resultados foram claros: em média, tanto mulheres como homens tinham idades cardíacas maiores do que a sua idade real, variando de três a mais de 10 anos. A diferença de idade foi especialmente ampla nos homens, particularmente os com formação educacional inferior e das comunidades negra e hispânica.
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