Não siga o conselho de Quim Barreiros: hoje não é o melhor dia para casar

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Um estudo indica que o melhor dia para casar é, na verdade, uma sexta-feira ou um sábado na primavera ou início do outono. E muito cuidado para quem está a pensar casar no Dia dos Namorados.

Já diz a famosa canção de Quim Barreiros que o melhor dia para casar sem sofrer nenhum desgosto é o 31 de julho. E porquê? Porque depois entra agosto. Mas há verdade científica por trás do conselho do famoso cantor popular?

O ZAP decidiu fazer um fact-checking científico e há más notícias para os adeptos da teoria de Quim Barreiros. De acordo com um estudo de 2016 da Universidade de Melbourne, não, hoje não é o melhor dia para trocar alianças.

A investigação, conduzida pelos investigadores Jan Kabátek e David Ribar, analisou mais de um milhão de casamentos nos Países Baixos ao longo de 10 anos, explorando a relação entre a escolha da data do casamento e o sucesso conjugal a longo prazo.

Os resultados revelaram que os casais que se casaram em datas com significados especiais — como o Dia dos Namorados ou combinações numéricas apelativas como 9/9/99 — apresentaram uma probabilidade significativamente maior de se divorciar.

Em concreto, os casamentos realizados no Dia de São Valentim estavam associados a uma taxa de divórcio entre 18% e 36% superior em comparação com os realizados em datas sem nenhum significado especial aparente. Também os casamentos em datas com números repetidos mostraram taxas de separação mais elevadas. Segundo os investigadores, os casais que escolhem estas datas “especiais” podem estar mais motivados por ideais românticos ou pela aparência do evento do que por uma verdadeira compatibilidade a longo prazo.

“As pessoas que se casaram em datas especiais tinham maior probabilidade de já terem sido casadas antes e de já terem filhos”, explica Ribar. Estes casais também tinham mais diferenças em termos de origem e valores, que são fatores já conhecidos por aumentarem o risco de separação.

As noivas que casaram a 14 de Fevereiro tinham também mais probabilidades de estar grávidas, o que sugere que o estigma em torno dos filhos fora do casamento — e não o amor — pode ter motivado uma boda apressada.

O estudo analisou ainda o dia da semana escolhido para os casamentos, concluindo que os casamentos realizados às sextas e sábados têm melhores taxas de sobrevivência do que os realizados durante a semana, especialmente às segundas ou terças.

Ora, sendo hoje quinta-feira, parece que o 31 de julho de 2025 realmente não é o melhor dia para o enlace. Quem quiser arriscar seguir o conselho do cantor com a ciência mais do seu lado pode sempre esperar por 2026 e 2027, quando o dia 31 de julho calhará a uma sexta-feira e a um sábado.

Quim Barreiros sai ainda a perder noutro fator: os casamentos ocorridos no inverno e a meio do verão apresentaram maiores riscos de divórcio. Já as bodas na primavera e no início do outono mostraram riscos menores.

Embora a escolha da data de casamento pareça uma decisão pessoal ou simbólica, o estudo mostra que o momento escolhido pode estar subtilmente ligado ao sucesso da relação. Os autores sublinham que a data em si não causa o divórcio, mas pode refletir diferenças mais profundas na dinâmica do casal.

Adriana Peixoto, ZAP //

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