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Os bilionários deixaram de comprar arte. Uma questão geracional?

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ZAP // Web Gallery of Art / Wikipedia; Madonna / Facebook; Pixabay

A procura por artigos de luxo e colecionáveis de preço mais baixo está em alta, mas as aquisições de obras de arte de alto valor está a estagnar — e as grandes casas de leilões do mundo estão a sentir o arrefecimento.

Os super-ricos têm uma relação estranha com a arte. Recentemente, demos notícia de que estavam a levar levar obras de arte originais para os seus super-iates (com os resultados que seriam de esperar). Agora, simplesmente deixaram de as comprar.

As casas de leilões Sotheby’s, Christie’s e Phillips arrecadaram 3,78 mil milhões de euros na primeira metade de 2025 — uma descida de 6% em relação ao ano passado e uns impressionantes 44% abaixo de 2022, nota a CNBC.

Esta queda abrupta torna a primeira metade deste ano a mais fraca numa década — excluindo o ano da pandemia — e marca o terceiro ano consecutivo de queda nas vendas de obras de arte de grande valor.

A categoria mais afetada é a arte do pós-guerra e contemporânea, que caiu 19%, detalha o Quartz.

Numa altura em que a riqueza está em expansão, e há cada vez mais bilionários, porque é que as pessoas não estão a comprar arte?

Esta queda surge numa altura estranha. Os 10% mais ricos dos americanos adicionaram 35,15 mil milhões de euros ao seu património líquido desde 2020, graças à subida das ações, imobiliário e avaliações empresariais.

Historicamente, mais riqueza significava mais gastos em arte — mas desta vez, essa tendência não se verificou.

Uma explicação poderá ser geracional. Os colecionadores baby boomer — aqueles que passaram décadas a construir grandes coleções de arte — estão a comprar menos e, em alguns casos, a vender. Os millennials e a Geração Z, por seu turno, parecem ter gostos diferentes.

As novas gerações preferem licitar online, escolhem obras mais baratas (em média, abaixo dos 50.000 euros), e mostram mais interesse em bens de luxo e cultura digital do que em pinturas de 9,5 milhões de euros.

Na Christie’s, 80% das licitações são agora feitas agora online, e quase um terço dos licitadores vencedores são millennials ou Geração Z.

A questão que se coloca agora é saber se estas quedas são apenas um abrandamento pós-pandemia ou um sinal de algo mais permanente — à medida que os gostos mudam e os colecionadores mais jovens dão o tom.

ZAP //

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