“Ambiente extremamente desafiador”. Audi, Lamborghini, Bentley e Ducati reduziram o lucro operacional em 45%, Porsche caiu 71,3%. Grupo culpa metas da Europa e política protecionista do presidente dos EUA.
O grupo automóvel Volkswagen obteve um lucro líquido atribuível no primeiro semestre de 4.005 milhões de euros, uma queda de 36,6% face ao mesmo período do ano anterior, divulgou esta sexta-feira a empresa alemã.
A Volkswagen (VW) atribui estes resultados aos custos de reestruturação e aos investimentos para cumprir as metas regulamentares relativas a CO2 na Europa. A política protecionista de tarifas do Presidente dos EUA, Donald Trump, afetou os resultados do grupo, sendo que até o momento as tarifas sobre automóveis nos EUA custaram à Volkswagen cerca de 1.300 milhões de euros.
O grupo automóvel ao qual pertencem as marcas VW, Audi, Porsche, Seat e Cupra reviu agora em baixa as suas previsões de rentabilidade e faturação para este ano, atribuindo responsabilidade aos maus resultados da Porsche e da Audi.
A faturação da Volkswagen manteve-se no primeiro semestre, fixando-se nos 158.364 milhões de euros (menos 0,3% em relação ao ano anterior).
“O grupo Volkswagen manteve a sua posição num ambiente extremamente desafiador”, considerou o presidente executivo (CEO) do grupo, Oliver Blume, ao apresentar o balanço do primeiro semestre.
O grupo Volkswagen mantém uma sólida posição de liquidez com 28.387 milhões de euros no final de junho.
“Os nossos números de vendas mantêm-se estáveis num mercado global competitivo, na Europa, ampliamos a nossa posição de liderança na mobilidade elétrica, com uma quota de mercado de 28%, e as carteiras de encomendas continuam bem completas”, acrescentou Blume.
O grupo entregou aos clientes no primeiro semestre 4,405 milhões de unidades, 1,3% mais do que no ano anterior.
E carteira de encomendas na Europa cresceu 19% no primeiro semestre e disparou 62% no caso dos veículos elétricos.
Porém, o resultado operacional piorou entre janeiro e junho para 6.707 milhões de euros, 32,8% inferior ao do ano anterior, pelo que a rentabilidade operacional sobre as vendas baixou para 4,2 % (6,3 % no primeiro semestre de 2024).
O grupo também teve custos elevados de reestruturação, sendo que a marca VW vai cortar 35.000 postos de trabalho, a Audi 7.500 e a Porsche 1.900 na Alemanha.
A marca Volkswagen melhorou o resultado operacional no primeiro semestre para 1.103 milhões de euros (+20,3 % em relação ao ano anterior), mas a Seat e a Cupra reduziram-no para 38 milhões de euros (-90,6 %).
A Audi, a Lamborghini, a Bentley e a Ducati reduziram o seu lucro operacional para 1.087 milhões de euros, uma queda de 45%. Já a Porsche teve uma queda mais acentuada na ordem dos 71,3% para 832 milhões de euros.
A Traton, que agrupa os veículos comerciais do grupo das marcas MAN, Scania, International e VW Truck & Bus, também baixou o lucro operacional para 1.245 milhões de euros (-39,3 %) devido ao facto de as tarifas dos EUA reduzirem o transporte de mercadorias no país e, consequentemente, as novas encomendas de camiões.
A sua subsidiária de ‘software’ Cariad sofreu no primeiro semestre uma perda de 1.172 milhões de euros (perda de 1.182 milhões de euros um ano antes).
// Lusa
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