Jurassic World: Fallen Kingdom / Universal Pictures

Desde falhas sobre a anatomia, tamanho ou no período em que viveram, há muitos erros científicos nos grande blockbusters sobre dinossauros.
Jurassic Park, Jurassic World, 65 – Ameaça Pré-Histórica, Em Busca do Vale Encantado — o que não faltam são obras famosas do cinema com dinossauros, grandes répteis já extintos, e que dão o que falar na cultura pop. O que é raro, no entanto, são representações precisas destes animais do passado.
Apesar de despertar o interesse pela paleontologia, os filmes estão cheios de erros científicos: de anatomia a comportamento. Em busca de informar o espectador, o Canaltech separou sete dos mais crassos erros na ciência dos dinossauros no grande ecrã do cinema. Confira!
1. Pele e penas
Um dos erros mais comuns, cuja correção já está até a ficar batida, é a falta de penas nos dinossauros na maioria das suas representações. Em 1993, quando o primeiro Jurassic Park foi lançado, o erro era até perdoável, já que a ciência ainda não tinha encontrado evidências concretas de penugem nos répteis.
Pouco tempo depois, no entanto, restos fossilizados de penas foram vistos em dinossauro, mas os filmes seguintes não atualizaram a característica, bem como 65 – Ameaça Pré-Histórica, de 2023. Além disso, é provável que os dinossauros tenham sido bem mais coloridos do que as cores cinzas e castanhas costumeiras dos filmes.
2. Período geológico
Essa categoria de erro merecia uma matéria à parte: só para começar, a maioria dos dinossauros de Jurassic Park (1993) viveu no Período Cretáceo, há entre 145 e 66 milhões de anos, após o Jurássico.
Além disso, dinossauros do mesmo período geológico, mas com milhões de anos de diferença, aparecem juntos, como o tiranossauro (final do Cretáceo, 68 milhões de anos atrás) e o giganotossauro (99 milhões de anos atrás) do prólogo de Jurassic World: Domínio (2022). Para piorar, eles viveram em continentes diferentes — o primeiro na atual América do Norte, e o segundo, na atual América do Sul.
3. Tamanho
Além das penas, muitos filmes erram no tamanho dos dinossauros, especialmente os raptores. Em Jurassic Park (1993), os velociraptors possuem o tamanho aproximado de dinossauros como deinonychus e utahraptor, sendo que, na vida real, tinham o tamanho aproximado de um peru. Em Jurassic World (2015), animais marinhos como o mosassauro também aparecem com o tamanho incorreto, sendo bem maiores do que eram de verdade.
4. Anatomia
Os problemas com o corpo dos dinossauros vão além de penas e cores, mas também estão na anatomia dos répteis. Tiranossauros, por exemplo, não tinham os braços semelhantes aos de um pianista, com os “antebraços” para a frente, mas as suas palmas encaravam uma à outra, ostentando apenas dois dedos (e não braços longos como em 65 – Ameaça Pré-Histórica).
Eles também tinham uma visão muito boa, ao contrário do representado em Jurassic Park (1993), e, embora fossem rápidos, dificilmente alcançariam um humano a correr, muito menos um jipe, como no filme.
5. ADN
Embora a premissa de recolher ADN de fósseis de mosquitos e outras fontes de sangue preservadas seja cientificamente precisa, há um grande problema — as informações genéticas têm prazo de validade. ADN com alguns milhares de anos, como dos mamutes e lobos gigantes, conseguem suportar a erosão do tempo, mas o de dinossauros, com milhões de anos, deteriora-se ao ponto de não ser mais detectado. Com base no genoma, seria impossível recriar dinossauros.
6. Lutas inexistentes
Além das impossibilidades geográficas, outros aspetos fariam lutas icónicas, como a dos tiranossauros contra giganotossauros ou espinossauros serem extremamente improváveis. Com base no que conhecemos do comportamento de predadores, eles não lutariam entre si até a morte, sendo um gasto de energia desnecessário. Para completar, o espinossauro provavelmente preferia mergulhar atrás de peixes, deixando as presas maiores para os seus colegas tiranos.
7. Mosquitos!
Por incrível que pareça, um dos erros científicos mais gritantes de Jurassic Park (1993) está num mosquito! Na icónica cena de extração de ADN do inseto, o bicho mostrado é da espécie mosquito-elefante (Toxorhynchites rutilus), um dos poucos mosquitos que não se alimenta de sangue, inclusive as suas fêmeas, que consomem néctar. Os dinossauros realmente conviveram com insetos sugadores de sangue, mas, dentre todos os possíveis, a produção do filme escolheu justamente o errado.
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