PSD e IL cada vez mais unidos, CDS a caminho de ser o PEV

FILIPE AMORIM/LUSA

Nuno Melo

Sociais-democratas e liberais concorrem juntos em diversos pontos do país, nas autárquicas. É um problema para o CDS.

Os primeiros sinais públicos surgiram no início de Junho, quando PSD e IL juntaram-se em Vila Franca de Xira e formaram a coligação Nova Geração, rumo às eleições autárquicas deste ano.

Duas semanas depois, é anunciada uma coligação alargada à direita em diversos concelhos, incluindo o Porto: PSD, CDS e IL juntos. Os liberais estarão só com os sociais-democratas sem o CDS, em Santo Tirso, Montijo, Santa Comba Dão e Vizela.

As reuniões continuaram e, neste domingo, a Iniciativa Liberal anunciou mais 14 coligações com PSD e/ou CDS. Em Sintra, Gondomar e Albergaria-a-Velha, PSD e IL seguem juntos – mas sem o CDS.

No dia seguinte, segunda-feira, Nuno Melo falou no início das jornadas parlamentares do PSD/CDS-PP, em Évora.

Sem nomear esta aproximação entre PSD e IL, assegurou: “Quando não falta quem especule sobre a entrada de novos membros para este clube, disto eu sei: sei que a AD é uma fórmula experimentada, com resultados, que se exerce na confiança e na lealdade que há muitos anos existe entre os nossos dois partidos, sempre que se juntavam. Já com fórmulas diferentes, não sei como será”.

Esta inclusão dos liberais nas listas do PSD para as autárquicas é “irritante” para o CDS, descreve Rui Pedro Antunes.

“Isto tem sido um problema. Nuno Melo fala em especulação; isto não é especulação, é mesmo confirmação: o PSD quer a IL em várias autarquias. Não sei se Nuno Melo está em negação: é incontornável o PSD tentar acordos com a IL”, analisa o comentador na rádio Observador.

Rui destaca o caso de Sintra: o CDS supostamente estaria na coligação à direita mas saiu porque soube, através da comunicação social, que a IL também estava integrada nas listas. É um “caldeirão difícil”, continua.

No contexto das eleições presidenciais (Marques Mendes tem o apoio do PSD mas não do CDS, para já) Rui Pedro Antunes aproveita para dizer que o CDS se transformou “numa espécie de Verdes (PEV) do PSD, mas insiste em esperar” por outro candidato presidencial.

ZAP //

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