Relato de nova agressão de neonazi. Manifestantes com medo foram a manifestação contra o medo

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Tiago Petinga / LUSA

Concentração “Não queremos viver num país do medo”

Denúncia entregue à PSP em Guimarães: líder de célula neonazi acusado de agredir barbaramente líder de núcleo antifascista.

Em quatro dias, três relatos de agressões de elementos da extrema-direita em Portugal. O mais recente aconteceu em Guimarães, neste sábado.

Um homem de 30 anos apresentou denúncia na Polícia de Segurança Pública porque, conta, foi “brutalmente agredido”, cita o jornal O Minho. A vítima foi agredida no centro de Guimarães e foi transportada para o hospital.

O homem em causa, que ficou ferido, é Ricardo Ruão Pires, líder do Núcleo Antifascista de Guimarães. E relata que foi agredido por João P., líder de uma célula local neonazi, que o “agrediu barbaramente” e “sem motivo aparente”, indica o Expresso.

Segundo os queixosos, João P. foi muitas vezes a casa de Ricardo no ano passado, para intimidá-lo com autocolantes de cariz extremista. Também terá publicado vídeos de incentivo ao ódio e à discriminação contra pessoas de origem e religião diferentes.

João P. também terá estado envolvido nas agressões a manifestantes antifascistas, no 25 de Abril deste ano, em Lisboa.

Quando a PSP chegou ao local da agressão, o suspeito já não estava lá.

Esta denúncia chega na semana em que o actor Adérito Lopes foi agredido por um grupo de neonazis em Lisboa e em que voluntárias que estavam a ajudar sem-abrigo foram atacadas por dois militantes neonazis.

“Não queremos viver num país do medo”

Este domingo foi dia de manifestação em Lisboa, em solidariedade precisamente com Adérito Lopes. Centenas de pessoas concentraram-se em frente ao Teatro A Barraca, onde decorreu a agressão.

A manifestação seguiu sob o lema “Não queremos viver num país do medo”. Houve cânticos e cartazes contra o racismo e a violência.

Rita Blanco, actriz, foi uma das várias figuras da cultura portuguesa que estiveram na manifestação. E avisou na RTP: “Não éramos nós que devíamos estar aqui: era o Estado. Que deveria estar a impor-se sobre isto, para não deixar que isto evoluísse mais”.

“Somos todos anti-fascistas” ou “Fascistas, nazistas: chegou a vossa hora – os imigrantes ficam e vocês vão embora”, ouvia-se num cântico repetido na manifestação contra o medo, que também tinha manifestantes com medo.

Lisboa não foi o único palco de manifestações. Entre as cinco cidades com concentrações (Lisboa, Porto, Coimbra, Faro e Funchal), no Porto ouviu-se: “Olha, vim com um bocado de medo também, para ser sincera. Mas tem de se combater isso, senão não podemos viver”, admitiu uma manifestante na Antena 1.

Entre anónimos, figuras da cultura ou deputados, um discurso foi ouvido com frequência: 60 deputados do Chega “legitimam” estes ataques.

A cantuautora Capicua dedicou dois versos a esta fase do país: “Eles têm medo do que não tínhamos medo. Por cada grunho, um punho”.

A maioria dos manifestantes em Lisboa eram jovens. Um facto destacado na SIC pela encenadora d’A Barraca, Maria do Céu Guerra.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

4 Comments

  1. curioso… não se manifestam quando grupos de familiares entram em supermercados e hospitais para distribuir “beijinhos”…

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  2. Os liberais/maçonaria já andam à pancada uns com os outros, da outra vez foi o grupo liberal/maçónico «Blood and Honor» que alegadamente agrediu o militante liberal/maçónico dr. Adérito Lopes, agora foi o dr. Ricardo Pires do grupo liberal/maçónico «Núcleo Antifascista de Guimarães» a ser agredido por um grupo liberal/maçónico «neonazi» com «…célula local…».
    Como dizia o outro «…não havia necessidade…», então agora vocês liberais/maçonaria andam a bater uns nos outros só para ter o pretexto de fazer manifestações, sinceramente «…não havia necessidade…».

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