Ministério Público abre inquérito a vídeos de Ventura sobre ciganos

3

Luís Forra / Lusa

Vídeo em que o líder do Chega critica benefícios da justiça às “minorias e coitadinhos” pode ser um caso de incitamento ao ódio.

O Ministério Público abriu um inquérito aos vídeos publicados por André Ventura nas redes sociais, que mostram o líder do Chega a criticar a comunidade cigana, disse hoje à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).

A denúncia foi recebida pelo Ministério Público e remetida para o Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, “onde deu origem a um inquérito”, acrescentou a PGR em resposta escrita.

As queixas relacionadas com os vídeos publicados nas páginas de André Ventura, e em que o líder do Chega surge a falar sobre a comunidade cigana, foram apresentadas por 10 associações, adiantou à Lusa o vice-presidente da Associação Letras Nómadas, Bruno Gonçalves.

Num dos vídeos, publicado a 11 de abril, André Ventura aparece a falar sobre o processo que envolveu Clóvis Abreu, arguido que viu a sua pena pela morte de Fábio Guerra reduzida para seis anos pelo Tribunal da Relação de Lisboa.

“Então, em Portugal, um cigano espanca um polícia, foge à justiça, e ainda vê a pena reduzida? E os partidos ficam em silêncio? O Chega não”, lê-se na legenda do vídeo.

Durante pouco mais de dois minutos, André Ventura acusou a comunidade cigana de ter protegido Clóvis Abreu durante vários meses e disse que “é lamentável que a vida de um polícia valha tão pouco”. “Como se os ciganos tivessem algum privilégio face à lei”, referiu ainda, acrescentando que “as minorias e os coitadinhos” são sempre beneficiados.

Já noutro vídeo, publicado dias depois, André Ventura mostra uma parte de um contrato — em que não é possível perceber qual o município onde foi celebrado, nem em que data —, cuja descrição é “construção de alojamento para comunidade de etnia cigana”.

“Mas porque é que nós estamos a construir casas para ciganos?”, questiona o líder do Chega. E continua: “Nós estamos a construir casas para pessoas normais?

O líder do Chega termina o vídeo dizendo que é preciso “acabar com isto” e refere-se aos apoios dados à comunidade cigana como “uma palhaçada”.

À Lusa, o vice-presidente da Associação Letras Nómadas explicou que as 10 associações que apresentaram queixa consideram que os vídeos são um exemplo de incitamento ao ódio. “Há sete anos que André Ventura tem informado os portugueses contra os portugueses da comunidade cigana”, acrescentou.

// Lusa

3 Comments

  1. Estão a ver para que serve o Partido Chega? Para justificar a existência de uma quantidade de associações que vivem às custas do dinheiro dos Portugueses que financia o Orçamento do Estado, actuam de forma criminosa, e promovem a confrontação e o desentendimento na sociedade Portuguesa.
    O Partido Chega é o sustento deste ilegítimo, criminoso, corrupto, e anti-democrático regime liberal/maçónico imposto pelo golpe de Estado da OTAN em 25 de Abril de 1974.

    • Não acertaste uma. O que é que a revolução de abril tem a ver com a NATO. Isto à com cada idiota. Quanto ao Chega, desafio qualquer um a visitar a história da Alemanha e do pintor de aguarelas. Se calha temos lá muitas semelhanças, só que em vez de ciganos são os judeus, entre outros.

      • O facto de chamar idiota a alguém diz muito sobre si. Quanto ao pintor à rasca delas parecia adivinhar o futuro, veja-se Israel faz o que lhe dá na gana sem consequências. De facto menciona bem, judeus a ciganos parecem ter mesmo algo em comum nos dias de hoje.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.