Andar de avião vai ficar mais caro

O diretor executivo da associação que representa as companhias aéreas em Portugal alertou que, devido às tarifas impostas pelos EUA, andar de avião vai ficar mais caro – mesmo nos trajetos de curta distância.

António Moura Portugal, diretor executivo da associação que representa as companhias aéreas em Portugal (RENA), alertou esta terça-feira que “temos de estar preparados” para pagarmos mais para andar de avião.

“A equação é simples: Se o custo da matéria-prima e os encargos, nomeadamente ao nível de impostos e taxas, vão subindo, alguém vai ter de suportar”, disse, em entrevista.

Em causa estão custos relacionados com o eventual aumento dos preços de matérias-primas e bens por causa da guerra de tarifas desencadeada por Donald Trump.

Além disso, a subida do preço combustível de aviação sustentável (SAF) também preocupa . Por imposição de Bruxelas, desde o início do ano que todos os voos têm de ter pelo menos 2% de incorporação deste combustível sustentável, produzido a partir de resíduos como óleo alimentar usado. Essa meta aumentará gradualmente nos próximos anos.

O diretor executivo da associação não tem dúvidas de que “as companhias vão ter de cumprir com as metas. A questão é saber a que custo e em que medida é que depois terá ou não de ser passado para terceiros”, acrescentou.

Quem paga é o viajante

Nesse seguimento, “fazendo alguma futurologia”, o responsável diz que pode haver viagens que vão encarecer, principalmente as de curta dimensão “até como desincentivo”.

Questionado se essa subida de preços também será implementada pelas companhias low-cost, referiu que “só podem ser low-cost na tarifa, porque no resto pagam taxas e impostos na mesma, como todas as outras companhias“.

No que toca à taxa de carbono cobrada aos passageiros aéreos, que entrou em vigor em julho de 2021 para compensar as emissões do setor da aviação, pela primeira vez parte das receitas vai reverter para o setor da aviação.

“Já que a taxa existe, e embora nós contestemos a sua existência por entendermos que não tem racionalidade de eficiência, pelo menos que parte daqueles 60 milhões que permite arrecadar possam reverter para o setor”, disse.

“E reverter para o setor não é para o bolso das companhias, é para políticas que possam ajudar na sustentabilidade, como tornar a produção de SAF em Portugal mais acessível e criar condições para que Portugal possa vir a ter um papel pioneiro”, reforçou.

ZAP // Lusa

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