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Apagão foi causado por falhas em Granada, Sevilha e Badajoz

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As três falhas na geração de eletricidade identificadas em Espanha segundos antes do apagão de 28 de abril ocorreram em Badajoz, Sevilha e Granada, no sudoeste e sul do país. A revelação foi feita, esta quarta-feira, pelo Governo espanhol.

“Granada, Badajoz e Sevilha” – segundo o Governo espanhol, foi lá que se deram as primeiras falhas na geração de eletricidade, segundos antes do apagão ibérico.

“Já sabemos que as perdas de geração começaram em Granada, Badajoz e Sevilha”, disse a ministra com a tutela da energia no Governo de Espanha, Sara Aagasen, num debate no parlamento nacional, em Madrid.

A ministra reiterou que continuam a ser analisados milhões de dados fornecidos pelas operadoras do sistema elétrico espanhol para tentar perceber as causas do apagão inédito na Península Ibérica, que afetou todo o território continental de Portugal e Espanha, no dia 28 de abril.

Apesar de Espanha ter chegado à conclusão que o apagão foi provocado por falhas em Granada, Badajoz e Sevilha; as causas permanecem um mistério.

Sabe-se só o que não foi

Sabe-se já que o apagão teve origem em território espanhol. No entanto, desconhecem-se ainda as causas. As autoridades sabem só o que não foi.

Sara Aagasen, em linha com o que têm dito as autoridades espanholas nas últimas semanas, disse aos deputados que depois das primeiras análises, sabe-se que não foi “nem um problema de cobertura, nem um problema de reservas, nem um problema de tamanho das redes“.

Dois períodos de oscilações

A ministra acrescentou que para além das três falhas identificadas no sistema de geração em Espanha, “houve duas oscilações do sistema ibérico com o resto do continente europeu”.

No final da semana passada, a Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade (Entso-e) tinha já revelado que meia hora antes do corte de energia na Península Ibérica houve “dois períodos de oscilações de potência e de frequência na zona síncrona da Europa continental”.

O Governo espanhol criou uma comissão para investigar as causas do apagão, com a ministra a reiterar que é um tema de “extrema complexidade”.

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, disse há uma semana, também no parlamento, que levará tempo até haver uma explicação para o apagão, por ser necessário analisar 756 milhões de dados.

Badajoz, Sevilha e Granada

O apagão ocorreu às 11:33 de Lisboa (12:33 em Madrid) e foram identificadas três falhas de geração de eletricidade segundos antes no sul de Espanha (a primeira) e depois mais duas no sudoeste do país, segundo tinha já revelado anteriormente o Governo espanhol.

A Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência de Espanha (CNMC) abriu uma investigação própria sobre o apagão, que decorre em paralelo à do Governo, anunciou na terça-feira a presidente da entidade, Cani Fernández.

A investigação da CNMC pretende “analisar não só as causas do incidente, mas também a forma como o sistema elétrico foi restabelecido”, para ver se foram cometidos “erros específicos” durante este processo.

Se a investigação da CNMC concluir que houve infrações graves ou muitos graves serão abertos processos de sanção.

“O nosso regime sancionador chega aos 60 milhões de euros”, explicou a presidente da autoridade da concorrência de Espanha.

A legislação espanhola permite ainda à CNMC impor outras medidas de sanção, como perda de licenças e autorizações. Por outro lado, a justiça espanhola abriu um inquérito para apurar a possibilidade de um ataque informático ter estado na origem do corte de eletricidade.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. O jornal «The Telegraph» publicou dois artigos sobre falhas de energia provocadas e os danos que causam à economia: «Britain could face months-long blackouts because of net zero» (https://www.telegraph.co.uk/news/2025/05/10/britain-blackouts-net-zero-ed-miliband/), «It’s time to face facts. Net zero is destroying the economy» (https://www.telegraph.co.uk/news/2025/05/09/net-zero-must-end-before-britain-de-industrialised-reform/).
    Podem agradecer a falha de energia ocorrida a 28 de Abril de 2025 às energias alternativas/renováveis/”limpas” que para além de serem extremamente poluentes e prejudiciais à Natureza, Meio-Ambiente, e dependentes dos combustíveis fósseis, são como ficou demonstrado ineficazes.
    Agora a questão importante, quando é que os responsáveis por isto serão levados a Tribunal e condenados a pena de prisão efectiva?
    Recomenda-se esta importante entrevista do Sr.º Eng.º Luís Mira Amaral, formado em Engenharia Electrotécnica durante o Estado Novo, sobre a falha de energia ocorrida a 28 de Abril de 2025: «…Eu lembro-me que nos meus tempos de Engenheiro Electrotécnico da EDP havia um conjunto de colegas meus, técnicos muito competentes nesta matéria, eu acho que eles se reformaram e receio bem que hoje em dia não haja a competência técnica que é necessária para tratar desse assunto muito seriamente, isto deve ser um aviso para todos nós…» (https://expresso.pt/sociedade/apagao/2025-04-29-apagao-uma-vergonha-so-me-admiro-que-so-tenha-acontecido-agora.-temos-tido-gente-que-vai-para-o-governo-sem-competencia-diz-ex-ministro-4016a2cd#Echobox=1745914999).

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