Economia portuguesa deu “trambolhão” – mas há explicações para este acidente de percurso

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ZAP

PIB recuou 0,5% no primeiro trimestre, comparando com o último trimestre de 2024 – quando os portugueses tinham “mais dinheiro no bolso”.

A análise é a mesma, as conclusões são diferentes.

No debate televisivo de domingo, entre os líderes de todos os partidos e coligações com assento parlamentar, Luís Montenegro destacou que a economia portuguesa cresceu 1,6% no primeiro trimestre deste ano, comparando com o primeiro trimestre de 2024.

Na mesma conversa, Pedro Nuno Santos disse que vê a economia portuguesa “com preocupação” porque a economia recuou 0,5% – em relação ao último trimestre do ano passado.

Ambos têm razão. Os dados apresentados na sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram essa surpresa: a queda do produto interno bruto (PIB) de 0,5% em cadeia.

É a maior contracção em cadeia na economia portuguesa desde o arranque de 2021; ou seja, é a maior queda desde a fase mais complexa da COVID-19, como lembrava o Expresso.

Na Antena 1 fala-se em “trambolhão”. Mas o economista Pedro Sousa Carvalho não está muito preocupado: vê nestes números mais um acidente de percurso do que um sinal de recessão.

Não há sinais de que as empresas estejam a parar, de despedimentos em massa, ou de grande queda no turismo.

Pedro vê duas razões centrais para esta queda de 0,5%.

A primeira é o ponto de origem desta comparação: no final de 2024, a economia cresceu muito à custa de duas medidas conjunturais, que ajudaram a empolar artificialmente o crescimento económico – os cheques de 100 e 200 euros pagos aos pensionistas em Outubro; e as novas tabelas de IRS, com retroactivos em Janeiro, que “deram uma grande borla fiscal aos contribuintes” nos últimos meses do ano passado.

Essas duas medidas “espevitaram o crescimento económico” no último trimestre do ano passado – e a comparação é feita com esse período, em que as pessoas “tinham mais dinheiro no bolso“.

A segunda razão, sem surpresas, são as importações. Algumas empresas aumentaram as importações ainda antes das tarifas, para tentarem fugir à guerra comercial.

Por isso, o especialista vê aqui um “pequeno revés na economia; não será uma viragem do ciclo económico“.

Mas são números que “devem servir de aviso, de alerta, para os nossos governantes – que continuam a fazer projecções económicas demasiado optimistas, acima de 2% para este ano. São valores pouco realistas, previsões que não são prudentes”, como disse o Conselho das Finanças Públicas na sexta-feira passada. “E isso normalmente não dá bom resultado”, avisou Pedro Sousa Carvalho.

Já nesta terça-feira, depois desta análise, o ministro das Finanças, Miranda Sarmento, disse que continua a prever um crescimento económico acima de 2% neste ano.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

4 Comments

  1. O único voto significativo nesta “democracia” é onde escolhemos gastar o pouco dinheiro que temos. Um anticorpo contra a doença do capitalismo desenfreado que está a consumir o mundo é, de facto, consumir menos de tudo.

  2. Ah, aí está o “milagre” da Economia: Os Pensionistas, com mais dinehrio no Bolso!
    Esclarecam isso ao Monte Negro, o Boi Jumento e aos PSD»s, a “ver” se os gajos tem alguma piedade pelos com a corda ao pescoço, afinal são o “motor” da Economia.
    Cheques de 100€ todos os meses para os da reforma de 200€, e o País vai ficar a ganahr , nem que seja no Humanismo!

  3. A economia portuguesa deu um trambolhão devido às más políticas praticadas pelos Governos liberais/maçónicos do dr. Pedro Coelho, dr. António Costa, e dr. Luís Esteves.

    • A economia anda aos trambolhoes desde o 25.4.
      E, tudo por causa do maldito SOcialismo.
      O SOcialismo´(da Direta ou Esquerda/ Liberal ou Maconica) é um cancro dos Povos, onde aparece destroi tudo.
      PT é excelente exemplo disso mesmo.

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