Paulo Novais / Lusa

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, fala aos jornalistas
Primeiro-ministro (também) falou ao país em directo sobre Francisco. “Não quero saber disso para nada!”.
Luís Montenegro voltou a falar sobre a morte do Papa Francisco, no fim-de-semana. Desta vez sobre o seu sucessor.
“Eu acho que é importante que a figura do Papa continue a ser de alguém que é escutado. Não basta falar: é preciso ser escutado. Há uma grande diferença entre falar e ser escutado, e este Papa conseguiu, fruto da sua autenticidade por um lado, fruto da sua simplicidade por outro, da proximidade e depois do acolhimento que a sua palavra também encontrava”, disse o primeiro-ministro em Roma, após o funeral de Francisco.
Na sexta-feira, à chegada a Roma, Montenegro, considerou que o Papa Francisco “deu ao seu consulado uma dimensão verdadeiramente universal” e deixou um exemplo que “pode ser replicado na ação política”.
“Foi alguém que deu ao seu consulado uma dimensão verdadeiramente universal, estando em todo o lado, aproximando inclusivamente credos religiosos antagónicos, ou pelo menos não coincidentes. A própria abertura que demonstrou desse ponto de vista é também um exemplo que pode ser replicado na ação política”, afirmou.
Sobre o Estado português ter estado representado ao mais alto nível no funeral do Papa Francisco, o primeiro-ministro considerou que “é um sinal de grande representação do sentido do povo português”.
Luís Montenegro já tinha falado sobre o Papa Francisco. Logo no dia da morte do líder da Igreja Católica, Montenegro disse, entre outros elogios, que Jorge Mario Bergoglio foi uma “fonte de inspiração espiritual humana” e um “defensor da paz e da igualdade”.
Essa declaração ao país, em directo à hora dos telejornais das 13h, foi transmitida em directo pela RTP. Mas SIC e TVI ignoraram essa declaração. Pelo menos, em directo: a SIC optou por manter um directo com o jornalista Henrique Cymerman e a TVI estava a emitir uma peça com o resumo do percurso do Papa Francisco.
Nenhuma dessas duas estações interrompeu a sua sequência para transmitir em directo a intervenção de Luís Montenegro. “Felizmente”, reagiu Luís Miguel Tavares: “Não quero saber para nada da opinião de Luís Montenegro sobre o Papa”.
“E também quero saber pouco da opinião de Marcelo (que falou em directo ao país às 20h). Não faz nenhum sentido. Gosto muito do Papa mas dispensava aquelas intervenções”, concluiu o comentador na SIC Notícias.