ZAP // José Sena Goulão, André Kosters / Lusa

De facto, “é mais aquilo que une do que separa” Rui Tavares e Inês Sousa Real. Ainda assim, os dois partidos ecológicos parecem mesmo estar a crescer com “diferentes vozes, estilos e atitudes”.
Os líderes do Livre e do PAN estiveram frente a frente, na RTP, na noite desta segunda-feira, em debate de pré-campanha para as eleições legislativas de 18 de maio.
O jornalista Hugo Gilberto começou por descrever os dois partidos (de palavras e ideias muito idênticas); e depois perguntou: “o que é que vos separa de forma clara e evidente neste momento?”
Num debate no Dia da Terra, como foi frisado por Inês Sousa Real e Rui Tavares, houve mais além da “ecologia” e do “progresso”.
A líder do PAN começou por dizer que ambos têm um combate maior: “que tem que ver com o recuo dos grandes partidos [PS e PSD], que muito prometem na hora da campanha eleitoral e pouco executam quando estão no Governo”.
Depois, sim, sobre o que os separa, a candidata do PAN apontou que o partido se tem estado isolado na defesa da proteção animal, mas não era só: “Eu recordo que quando apresentámos propostas para a revisão constitucional, o Livre não incluía essas propostas. O mesmo para a mineração em mar profundo. Foi o PAN que apresentou essa medida”
“No nuclear também temos diferenças (…) e até mesmo no IRS Jovem. Eu recordo que o Livre não acompanhou a proposta do PAN que visava incluir jovens não abrangidos pela medida, como aqueles que pertenciam ao agregado familiar dos pais”, continuou.
“Nos apoios às creches o Livre também não nos acompanhou, para que houvesse um apoio às empresas que financiassem as creches dos seus funcionários; e, por fim, na revisão do escalão do IRS“, concluiu.
Depois foi a vez de Rui Tavares, que começou por dizer que a pergunta de Hugo Gilberto era “ingrata, porque, na verdade é muito mais o que une do que o que separa”.
Mas Rui Tavares foi aos “interstícios” e disse que o seu partido defende uma “ecologia que nos alarga e não nos afunila”.
O porta-voz do Livre defendeu que todos os partidos ecológicos devem crescer com diferentes vozes, estilos e atitudes; e afastou-se da “ecologia de nicho”.
“A perspetiva do Livre é conseguir explicar às pessoas como é que a ecologia pode ser o dínamo que nos permite passar para um modelo de desenvolvimento em que a riqueza do país é a prosperidade e o dinamismo de todos”, apontou.
De resto, foi mesmo mais aquilo que os uniu do que aquilo que os separou, desde a habitação, saúde, violência doméstica…