Laboratório flutuante vai desvendar segredos do Ártico

Tara Polar Station

6 marinheiros, 6 cientistas, e um objetivo — saber mais sobre o derretimento de gelo no Ártico, que impede cada vez mais as explorações à misteriosa região.

Uma embarcação de 20 milhões de euros e 12 pessoas. É assim a Estação Polar Tara, um navio de investigação que vai atravessar o manto de gelo do Ártico em busca de novas informações sobre esta misteriosa massa terrestre.

E pode ser bastante útil: devido à dificuldade em circular no Polo Norte, os cientistas baseiam-se principalmente em dados de satélites, expedições de verão e campos de gelo de inverno. Só que é cada vez mais difícil fazer uma travessia pelo Ártico devido ao derretimento do gelo — os campos de investigação já tiveram mesmo de evacuar, deixando o espaço sem qualquer monitorização no inverno.

A da Tara Ocean Foundation, ONG francesa, vai então construir um abrigo flutuante para as equipas de investigação. A estrutura será concebida para resistir aos rigorosos Invernos do Ártico, onde as temperaturas podem descer até aos -50°C.

Trata-se de um barco de 26 metros que conta com uma tecnologia que o permite levantar-se e assentar no gelo. O projeto conta até com uma “piscina lunar” que permite aos investigadores o acesso direto ao oceano sem terem de perfurar o gelo.

“A inspiração foi realmente construir um abrigo que pudesse abrigar os cientistas durante a noite polar, durante toda uma estação no Ártico”, diz à New Scientist o presidente da ONG, Chris Bowler, que descreve o projeto como uma versão ártica da Estação Espacial Internacional: “Esperamos desenvolver a Estação Polar de Tara como uma instalação internacional, que os cientistas possam candidatar-se a utilizar”.

A tripulação, seis marinheiros e seis cientistas, está atualemtne a ser recrutada. As pessoas a bordo terão de pegar nas chaves de fendas, abrir coisas, mexer em tudo e reparar coisas”, diz Bowler. “Precisamos de pessoas que sejam muito boas em bricolage, pessoas muito práticas.”

o objetivo é, nos próximos 20 anos, realizar 10 viagens de 2 anos, para construir uma base de dados sobre o Ártico, com foco no desaparecimento gradual do gelo, bem como na cobertura de nuvens e à perturbação microbiológica das redes alimentares da região.

“Por um lado, estaremos certamente a contar uma história muito, muito triste, a perda de gelo marinho no verão, potencialmente a perda de diferentes tipos de organismos”, diz Bowler. “Mas também estaremos a aprender muito sobre este ecossistema fantástico, sobre o qual sabemos muito pouco”.

ZAP //

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