“Caminho da Morte”. A estrada mais perigosa do mundo é uma das mais espetaculares

Percorrer a Estrada da Morte da Bolívia é uma aventura. Mas para os que se aventuram — de preferência de bicicleta — espera-os uma paisagem de tirar o fôlego.

Quem percorre a Estrada de Yungas, uma montanha russa a céu aberto com 64 km, não sabe se regressa.

É considerada a estrada mais perigosa do mundo, numa alta montanha a cerca de 50 km da capital, La Paz, entre os Andes e a Amazónia. Há quem lhe chame o “Caminho da Morte” ou “Estrada da Morte”.

Se já visitou o Gerês, já deve ter passado por uma boa dose de curvas apertadas, esquinas cegas, subidas a pique. Mas nada se compara a esta estrada, que tem verdadeiros precipícios.

Com segmentos de menos de 3 metros de largura, a Estrada da Morte raramente é protegida com rails ou qualquer tipo de vedação. Se tiver o infortúnio de se cruzar com alguém… terá de andar indefinidamente em marcha atrás, junto a uma queda livre.

Yungas conta ainda com uma descida a pique de 3500 metros, em direção à densa vegetação amazónica.

Só que este lugar também é, para os corajosos que por lá enveredam, um dos mais espetaculares da Bolívia. Ao longo dos anos, o número incontável de pessoas que morriam nesta estrada tornava-a cada vez mais apetecível para os fãs de turismo de aventura… ou de experiências de quase-morte.

Quem sobre as altas montanhas, tem uma vista panorâmica inigualável para os vales subtropicais de Yungas e para as terras baixas da floresta da Amazónia. Pelo caminho, pode até cruzar-se com as famosas folhas de coca sul-americana, apontava a BBC numa reportagem.

E esta estrada não é apenas uma beleza natural: é também a porta de entrada para povoações negligenciadas dentro da Bolívia. Dentro das pequenas comunidades sediadas nos vales bolivianos, pode esperar boa comida, estadia barata e hospitalidade.

De acordo com a Reuters, porém, a atração agora está quase interdita a carros — em 2007, a Bolívia abriu uma rota alternativa, deixando a estrada original como uma atração principalmente para ciclistas. Segundo um estudo da Wildlife Conservation Society (WCS), essa opção ajudou não apenas a salvar inúmeras vidas, como também a preservar a biodiversidade do lugar.

A Estrada da Morte é um verdadeiro paraíso verde. Só tem de passar pelo inferno para lá chegar.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.