Chris Pearson et al.

A emissão energia em comprimentos de onda mais longos é um mistério astronómico que pode estar prestes a ser revelado — com a ajuda de umas misteriosas galáxias agora descobertas.
Uma equipa de astrónomos criou a imagem mais profunda de sempre do Universo em comprimentos de onda do infravermelho distante. O resultado foi o revelar de uma população de galáxias “ocultas”, que desafiam o que sabemos sobre o desenvolvimento de galáxias, mas também sobre a radiação infravermelha, resolvendo um mistério energético de longa data.
“Este trabalho levou a ciência com o Herschel ao seu limite absoluto, sondando muito abaixo do que podemos normalmente ver com discernimento e revelando potencialmente uma população completamente nova de galáxias que estão a contribuir para a luz mais ténue que podemos observar no Universo”, diz à Universe Today o líder do estudo, Chris Pearson.
As descobertas foram reveladas a partir de 141 imagens do instrumento SPIRE a bordo do Observatório Espacial Herschel da Agência Espacial Europeia.
Esta é a mais profunda imagem do céu no infravermelho distante alguma vez produzida, e permitiu identificar as galáxias mais poeirentas e calcular a contribuição de cada galáxia para o orçamento total de energia do Universo.
Isto porque, ao explicar a radiação infravermelha em falta no chamado orçamento energético do Universo, estas galáxias podem ajudar-nos a compreender como funciona a emissão de energia em comprimentos de onda mais longos.
Estas galáxias escondidas estavam ocultas no borrão da imagem — uma análise convencional não podia detetá-las. Mas, segundo explica a Universe Today, se estas forem confirmadas, as galáxias desafiam todos os modelos existentes de números e evolução galáctica.
A missão PRIMA, um telescópio de infravermelhos estudado pela NASA, pode ajudar a clarificar esta descoberta.