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Novos detalhes sobre as últimas horas do Titanic provam atos heroicos da tripulação

Atlantic Productions / Twitter

Imagem do lendário Titanic em 3D

Novas imagens 3D dão razão a testemunhas oculares: Joseph Bell e a sua equipa continuaram a trabalhar para manter as luzes e a eletricidade até ao fim. Válvula de vapor aberta agora detetada “é como um símbolo do seu sacrifício”.

As testemunhas tinham razão sobre os últimos momentos do Titanic, confirma a visualização mais detalhada dos destroços até à data.

Novos pormenores nunca antes vistos da equipa liderada pela National Geographic e pela Atlantic Productions, que captou mais de 700 mil imagens para gerar um modelo 3D de alta resolução dos destroços, em 2023, confirmam as histórias de que Joseph Bell, o engenheiro-chefe do navio, e a sua equipa ficaram heroicamente nos seus postos para manter a eletricidade durante o máximo de tempo possível.

O modelo 3D descobriu uma caldeira visivelmente côncava e uma válvula de vapor aberta, na popa do navio, o que sugere que os engenheiros do famoso navio, que se afundou em abril de 1912, continuaram a operar os sistemas de energia do navio, mesmo quando este se estava a afundar, mantendo as luzes acesas para permitir o lançamento dos botes salva-vidas na noite escura do Atlântico.

Wikimedia Commons

Joseph Bell morreu no naufrágio do Titanic, aos 51 anos

“Mantiveram as luzes e a eletricidade a funcionar até ao fim, para dar tempo à tripulação de lançar os botes salva-vidas em segurança com alguma luz em vez de na escuridão absoluta”, disse o analista do Titanic, Parks Stephenson, à BBC: “mantiveram o caos à distância o máximo de tempo possível, e tudo isso foi simbolizado por uma válvula de vapor aberta, ali na popa”.

“Estes homens mantiveram o caos à distância o mais que puderam”, disse: “aquela válvula de vapor aberta é como um símbolo do seu sacrifício”.

Esta equipa também luta contra o tempo

E se a tripulação do Titanic lutou pela vida de todos os 2240 passageiros a bordo, a equipa que fez o modelo inovador luta contra o tempo antes que o naufrágio se estrague por completo graças a ferrugem, à água salgada e aos microrganismos das profundezas do mar. As bactérias naturais estão a acelerar a desintegração do navio: alimentam-se dos componentes de ferro e enxofre da estrutura.

O novo “gémeo digital” do Titanic é por isso importantíssimo “para a próxima geração de exploração, investigação e análise do Titanic” explica Stephenson: “temos agora dados reais sobre os quais nos podemos basear.”

É como uma cena de crime: precisa de ver quais são as provas, no contexto de onde estão”, disse o analista, “e ter uma visão abrangente de todo o local do naufrágio é fundamental para entender o que aconteceu.”

As novas imagens também mostram o que parece ser uma vigia estilhaçada pelo impacto inicial do icebergue,tal como os sobreviventes disseram sobre o gelo, que entrou nas cabinas no momento da colisão.

Embora os danos físicos na proa inferior estejam enterrados no fundo do mar — e, portanto, invisíveis para as câmaras — as simulações digitais baseadas nos exames sugerem que o icebergue rompeu seis compartimentos estanques, dois a mais do que o navio foi concebido para suportar, o que provavelmente ditou o destino do navio.

ZAP //

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