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Um novo estudo revelou que os corredores de longas distâncias apresentam um “bizarro” encolhimento do cérebro.
Correr (qualquer distância) tem inúmeros benefícios para a saúde, mas – como quase tudo na vida – também tem os seus contras.
Um estudo publicado esta segunda-feira na Nature Metabolism revelou que percorrer grandes distâncias pode não ser muito bom para o cérebro.
Os cientistas da Universidade do País Basco (UPV/EHU), em Espanha, identificaram uma ligação entre a corrida de maratona (42,195 km) e uma redução acentuada da mielina protetora que envolve as fibras nervosas (axónios) no cérebro.
Quando as fontes de energia do corpo se esgotam, o corpo passa a queimar gordura – lípidos – como combustível. E a mielina é constituída por 70-80% de lípidos. Ou seja, os maratonista estão a queimar alguma gordura muito importante nos seus cérebros enquanto correm para a meta.
A mielina é fundamental para facilitar a transmissão de sinais elétricos no cérebro e na medula espinal. Esta perda de mielina pode culminar em doenças neurológicas, como AVC e esclerose múltipla.
Mielina volta ao normal dois meses depois
Como detalha a New Atlas, no novo estudo, os cienitstas examinaram exames cerebrais por ressonância magnética de corredores antes da corrida e, depois, novamente 48 horas após terem completado o extenuante percurso de 42 km.
Pela negativa, confirmou-se que, numa dúzia de áreas do cérebro, em regiões associadas à coordenação motora, aos sentidos e às emoções, a mielina foi visivelmente esgotada após uma corrida.
Apesar disso, exames posteriores mostraram que a mielina tinha aumentado naturalmente duas semanas após a corrida.
Além disso, voltou aos níveis normais dois meses depois.
Os resultados não foram afetados pelos níveis de hidratação de um corredor.
Apesar do estudo fornecer pistas interessantes para compreender de que forma os desportos de resistência e a função cognitiva estão potencialmente ligados, os investigadores admitem que o seu estudo tem limitações, nomeadamente o facto de a amostra ser curta: 10 maratonistas, entre os 45 e os 73 anos.
Continuam a faltar provas fortes de que correr uma maratona seja prejudicial para a função cognitiva a curto/longo prazo. Mas uma coisa é certa: quem se predispõe a correr 42 km de forma voluntária não parece estar muito bem da cabeça…
Conheço um fulano que corre que se desunha e realmente é bastante estúpido. É o don Juan das corridas. Fujam dele, meninas, que não levam nada.