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Sabe ler a conta da luz? 2 em cada 3 portugueses são analfabetos energéticos

Os portugueses estão cada vez com mais dificuldades em identificar os diferentes parâmetros das contas da luz. É excesso de informação, ou falta de literacia?

Apenas 36,1% dos portugueses dizem saber ler os parâmetros que aparecem na fatura da luz. Os novos dados, relativos a 2024, “apontam para um agravamento deste indicador, que em 2020 se situava nos 42,2%”, explica a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), que apresentou os dados esta semana.

“Na literacia associada à fatura de energia, os resultados revelam um défice significativo. Cerca de dois em cada três consumidores desconhecem a informação apresentada na sua fatura. No estudo efetuado em 2020, esta proporção era ligeiramente inferior: 57,8%, em 2020, face a 63,9%, em 2024″, escreve ainda a ERSE no estudo.

Alguns parâmetros são lidos com mais facilidade, como é o caso das taxas e impostos, identificados por 17,5% da população, e a contribuição audiovisual, que 10,8% identificam.

Concluindo, o consumidor doméstico português tem atualmente um índice de literacia energética de 45,3 pontos (numa escala de 0 a 100).

Para além disso, os portugueses “continuam a apresentar dificuldade em distinguir entre distribuidores e comercializadores de eletricidade, sendo esta situação ainda pior no gás natural”.

62% indica apenas EDP como distribuidora, e só 21% mencionam a E-Redes. Em relação às empresas que comercializam a eletricidade, a EDP continua a destacar-se (71,3%), e a Endesa é conhecida por metade da população (49,7%).

Segundo aponta o Jornal de Negócios, a literacia energética é maior nos consumidores do género masculino, entre os 36 e os 55 anos, com o ensino superior e despesas médias mensais mais elevadas.

O que falha na literacia neste campo? Pedro Costa, diretor de consumidores de energia da ERSE, diz na CNN que tem de haver um “equilíbrio difícil entre a informação toda que tem de estar presente na fatura e entre a que o consumidor tem capacidade de compreender”.

Diz ainda que para melhor compreender estas faturas é preciso ter em conta que surgirão sempre 3 quantidades diferentes de energia (vazio, ponta e cheias — várias horas do dia). No gás, esta distinção não existe. Depois, é ainda necessário ter em conta a potência contratada, destaca.

Pedro Costa explica ainda que a fatura se torna complexa quando há os chamados “acertos”, ou seja, quando o contador não é lido num determinado mês (são lidos, no máximo, de 3 em 3 meses), e a compensação é feita no seguinte. Quando a leitura não é automática, por exemplo nas ilhas, o consumidor deve fazer a sua própria leitura e comunicá-la.

“Tem sido feito um esforço ao longo dos anos pelos comercializadores para melhorar a fatura, e pela ERSE para melhorar a literacia dos consumidores”, resume o diretor de consumidores de energia.

Aponta ainda “duas maneiras base” para poupar na conta da eletricidade: a primeira é “utilizar melhor a energia”, através de “eletrodomésticos mais eficientes” e consumo em horas que a energia é mais barata.

Outra dica é escolher o melhor comercializador para a sua situação, tendo em conta o seu agregado familiar e tipo de consumo. Para isso, pode utilizar o simulador da ERSE, disponível online de forma gratuita.

ZAP //

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