Segunda fase começou mal: Hamas suspende libertação de reféns, Israel prepara-se “para qualquer cenário”

Haitham Imad / EPA

Segunda fase do cessar-fogo começou com o pé errado, desde que Netanyahu preferiu falar primeiro com os EUA. Agora, não há libertação de reféns até “nova ordem”. Clima tenso no Médio Oriente.

A libertação dos reféns do Hamas devia ter início no próximo sábado. No entanto, esta segunda feira, o grupo terrorista palestiniano garantiu que vai adiar a libertação de mais reféns israelitas “até nova ordem”.

Citado pela BBC, o Hamas declarou que “a libertação dos prisioneiros sionistas, que estava prevista para sábado, 15 de fevereiro de 2025, será adiada, enquanto se aguarda o cumprimento do inimigo e o cumprimento retroativo das obrigações das últimas semanas”.

O grupo armado referiu ainda as “violações do inimigo e a sua incapacidade de cumprir os termos do acordo” como principais motivos para a supressão do acordo.

A segunda fase de negociações entre os dois país tinha já sido marcada por uma grande tensão. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, não começou as conversas com o Hamas na data revista, tendo optado por fazer primeiro uma visita a Donald Trump nos EUA, onde discutiram um plano para a faixa de Gaza.

Dessas reuniões, surgiu um plano do presidente norte-americano, apoiado pelo líder israelita: ocupar Gaza, expulsar os seus habitantes e reestruturar o local de raiz.

O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, já reagiu ao anúncio do Hamas: “A decisão do Hamas de suspender a libertação de reféns é uma violação total do acordo de cessar-fogo e do acordo de libertação dos reféns. Dei instruções às forças armadas para se prepararem ao mais alto nível de alerta para qualquer cenário possível em Gaza e para protegerem as comunidades”, declarou.

Netanyahu já convocou uma série de reuniões com os responsáveis pelas “estruturas de defesa” do país, segundo avança o Times of Israel.

O ex-ministro de extrema-direita israelita Itamar Ben-Gvir, também já se pronunciou, e assegura que o anúncio do Hamas deve ter “uma resposta real: um ataque de fogo maciço a Gaza, a partir do ar e da terra”.

Ainda restam 79 pessoas sequestradas a 7 de outubro de 2023, em Gaza. Apenas 20 delas deverão sair durante a atual fase do cessar-fogo, das quais oito terão morrido, segundo avança a CNN.

Este sábado, tinha já tido lugar a quinta troca de reféns entre as duas forças militares, entre os quais constava um português, Or Levy.

ZAP //

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