António Pedro Santos / Lusa
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A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, durante uma visita ao INEM.
Empresa Sword Health estava encarregue de aplicar IA no serviço de atendimento do INEM. Mas ficou “perplexa” com o que encontrou — diz que o atendimento pode mesmo “colapsar”.
Já existia um robô criado pela empresa portuguesa de IA Sword Health para atender as chamadas no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Tinha voz, simulações feitas, sistema construído… e ia ser instalado gratuitamente.
Mas, de acordo com o que o diretor da empresa, Virgílio Bento, revelou ao jornal Expresso, “precisamos de muita coisa, é uma lista muito longa. Não é possível integrar a nossa solução no sistema de informação do INEM para as chamadas serem roteadas para o operador humano ou para a IA. O que encontrámos é assustador”.
O fundador da Sword Health diz ainda que “o sistema do INEM é obsoleto, frágil e quem está a geri-lo não tem noção disso. O estado do sistema de informação assemelha-se à ponte em Entre-os-Rios. Caiu porque não teve manutenção e antevemos um desastre, um colapso, no INEM, dado o sistema de informação que tem”.
“A equipa ficou perplexa com a incapacidade dos técnicos, mais ainda por se tratar de um sistema crítico, absolutamente essencial. O sistema está em risco e não pode acontecer. É um sistema crítico, as pessoas vivem ou morrem com base nesse sistema. Dizemos a verdade, livres, porque não temos nem esperamos contratos com o Governo”, diz.
A empresa assegura que “diz a verdade”, uma vez que “não temos nem esperamos contratos com o Governo”. “Não devemos nem queremos favores e alguém tem de dizer o que está a acontecer no INEM. O feedback da equipa é que estamos perante uma bomba-relógio”.
“Não podemos avançar, porque não podemos mudar o sistema do INEM. É preciso que sejam os colaboradores externos, que fizeram o sistema, a fazê-lo e, para isso, é precisa pressão, que não existe. Passámos a frustração ao presidente do INEM, mas tudo voltava à camada intermédia e ficava na mesma”, conclui o diretor.
Contactada pelo mesmo jornal, a direção do INEM diz, por sua vez, que “os trabalhos têm decorrido com normalidade, com vários avanços à data de hoje”.
Dizem porém que, “para garantir uma otimização do funcionamento do Centro de Orientação de Doentes Urgentes, a prioridade passa por conseguir dotar o mapa de pessoal com todos os profissionais que precisa”.
“Ao nível dos sistemas de informação, estão a ser alvo de intervenções e de investimentos com vista à modernização”, assegura a direção do serviço, que assegura estarem em curso “ações a médio e longo prazo”.
Para Virgílio Bento, a solução seria abrir uma auditoria para averiguar todos os problemas, que são “coisas absolutamente básicas, como a triangulação das chamadas”: “Se for um número fixo, tem sempre uma morada associada e se for um telemóvel é só fazer a triangulação das torres celulares, uma tecnologia básica e já com 15 anos”.
“Faltam coisas fáceis num sistema que afeta milhares de pessoas e em situação crítica”, comenta o engenheiro, que garante que “os técnicos de emergência são as primeiras vítimas. Estão em burnout porque sabem a importância do seu trabalho e têm de encontrar soluções para quem telefona”.
Que não tenham esperança num “contratozito” – chorudo – com o estado, fez-lhes crescer o nariz um kilometro.
Por isso mesmo foram para a imprensa… Contando que para os calar, caiam uns milhoezitos gratuitos… E o tal contrato, poizatão….
Olha lá eles….
A IA substituia muito bem todo o governo e afins; que economia!