A pergunta da galinha e do ovo dá muito que falar, mas, no que toca às plantas, a ciência é consensual. A diferença de idades é grande: 150 milhões de anos, e a mãe nasceu depois da filha.
Os fósseis mais antigos de plantas terrestres complexas datam de há cerca de 470 milhões de anos, conta a Science Focus. Mas não eram as plantas frondosas a que hoje estamos habituados. Eram mais uma espécie de musgo, semelhante às hepáticas (uma divisão de plantas briófitas que inclui mais de 9000 espécies).
Não tinham, portanto, sementes: proliferavam-se a partir da libertação de esporos, organismos unicelulares — ao contrário da semente, que contém um embrião multicelular e fertilizado que é protegido da secagem por um revestimento resistente.
De acordo com o The Conversation, os cientistas acreditam que um feto extinto, chamado Elksinia polymorpha, foi a primeira planta a usar sementes. Esta planta tinha parecenças com uma taça, chamadas “cúpulas”, que protegiam a semente em desenvolvimento. Estas cúpulas cresciam ao longo dos ramos da planta.
Atualmente, as plantas com sementes têm um comportamento um pouco diferente. Existem dois tipos principais: as angiospérmicas e as gimnospérmicas.
As angiospérmicas são plantas com flor — as suas sementes desenvolvem-se no interior de frutos, como as maçãs, os tomates ou mesmo a roseira brava ou as bagas do azevinho.
Já as gimnospérmicas, como os pinheiros, desenvolvem as suas sementes dentro de um cone duro.
Mas, segundo a SF, estas “caraterísticas adicionais” (as sementes) demoraram mais 150 milhões de anos a evoluir.
Portanto, a resposta é simples: a planta nasceu — consideravelmente — mais cedo. Tinha já dezenas de milhões de anos quando a sua própria mãe nasceu: a semente.