“Desculpe, TikTok não está disponível” nos EUA: deve acontecer o mesmo por cá

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TikTok terá tomado a decisão de encerrar por iniciativa própria, disse a administração Biden, mas Trump ainda pode salvar a rede social. “É apenas uma questão de tempo até que uma proibição progressiva entre em vigor”.

O TikTok deixou de funcionar no sábado nos EUA, após o Supremo Tribunal decidir manter uma lei aprovada pelo Congresso que obriga a aplicação a desvincular-se da empresa-mãe, a chinesa ByteDance, ou a enfrentar o encerramento.

A plataforma de partilha de vídeos curtos, com 170 milhões de utilizadores nos Estados Unidos, enviou a muitos deles um aviso com a seguinte mensagem: “Desculpe, a TikTok não está disponível neste momento”. Além disso, atribuiu a suspensão das operações à legislação promovida pelo Congresso.

No entanto, de acordo com a administração do Presidente cessante, Joe Biden, a TikTok tomou a decisão por iniciativa própria.

Na sequência da decisão do Supremo Tribunal, a Casa Branca anunciou que o atual Executivo não faria cumprir a lei, deixando a aplicação desta para o Presidente eleito, Donald Trump, que toma posse esta segunda-feira.

A TikTok luta há meses contra esta lei, aprovada pelo Congresso norte-americano em março, em nome da segurança nacional. O Supremo Tribunal dos Estados Unidos recusou-se a suspendê-la, selando o destino da rede social no país, a menos que haja uma intervenção de última hora.

O novo governo dos Estados Unidos “vai pôr em prática medidas para evitar que a TikTok fique indisponível” no país, disse, na sexta-feira, o conselheiro de segurança nacional escolhido pelo presidente dos Estados Unidos eleito, Donald Trump, numa entrevista.

“É provável” que dê mais 90 dias ao TikTok, disse Trump.

Trump pediu recentemente mais tempo para ponderar sobre a sua aprovação. A administração de Joe Biden afirmou que deixará à equipa de Donald Trump a decisão sobre a aprovação da lei que proíbe o TikTok.

Trump mudou de posição sobre a aplicação, tendo tentado proibi-la durante o seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, devido a preocupações com a segurança nacional.

Este mês, a Bloomberg avançou que as autoridades chinesas estão a ponderar a possibilidade de o aliado de Trump, Elon Musk adquirir as operações norte-americanas do TikTok, caso a plataforma seja proibida. TikTok já negou esse cenário.

E por cá? É “uma questão de tempo”

Analistas sugerem que é “apenas uma questão de tempo” até que a proibição dos EUA ao TikTok se estenda aos países aliados — e não só — se a administração Trump decidir mantê-lo offline.

“Há grandes paralelismos entre o TikTok e o que aconteceu com a Huawei da China e a Kaspersky da Rússia, o que indica que é apenas uma questão de tempo até que uma proibição progressiva entre em vigor”, afirma Emily Taylor, editora do Cyber Policy Journal, citada pela BBC.

Em ambos os casos, estas empresas foram acusadas pelos Estados Unidos de constituírem uma ameaça à segurança nacional, mas as autoridades de cibersegurança nunca revelaram qualquer prova. O mesmo aconteceu com o TikTok.

Durante o mandato de Trump, o principal software antivírus da Kaspersky foi banido dos computadores civis e militares dos EUA, depois de, em 2017, terem surgido acusações de que teria sido utilizado pelo Kremlin num incidente de pirataria informática que nunca foi provado.

A força da Aliança dos Cinco Olhos

A BBC nota que as proibições em massa começam normalmente com os países da Aliança dos Cinco Olhos, que tem um acordo de partilha de informações entre cinco democracias de língua inglesa: os EUA, o Reino Unido, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia.

Até à data, todos os membros proibiram o TikTok em dispositivos governamentais e alguns emitiram avisos públicos. O Canadá ordenou o fim das operações do TikTok no país, alegando preocupações com a segurança nacional.

A influência destes cinco já se fez notar: as restrições já se espalharam, tendo a aplicação sido proibida em dispositivos de funcionários públicos, funcionários civis ou militares em países como a Áustria, a Bélgica, a Estónia, a França, os Países Baixos, a Noruega e Taiwan.

“O que ainda não sabemos é se o TikTok vai ser a exceção, uma vez que Trump disse que se opõe à proibição, por isso, será que vai ordenar aos aliados que repliquem a proibição? Ainda não sabemos“, diz Ciaran Martin, ex-diretor do Centro Nacional de Cibersegurança do Reino Unido.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Paródia. Ainda há pouco a Apple condenada em tribunal por andar a usar a Siri para gravar chamadas sem autorização. Primeiro limparam a Huawei, agora o TikTok, os que subsistiam desta última é que ficaram a perder haha E nunca apresentaram provas do que acusam e o contrário é sabido das grandes tecnológicas americanas…

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