Os minerais críticos podem estar à espreita em locais inesperados

Os geólogos descobriram novos locais para procurar minerais essenciais como O segredo estava nos cratões: as partes estáveis e interiores dos continentes.

Num estudo, cujos resultados foram publicados na semana passada na Nature, os geólogos descobriram novos (e surpreendentes) locais para procurar os elementos de terras raras.

De acordo com os investigadores, é provável que os metais críticos se encontrem nos limites dos núcleos antigos dos continentes.

Como detalha a Cosmos Magazine, a investigação centrou-se no comportamento dos “cratões”: as partes estáveis e interiores dos continentes.

“Estes núcleos são as partes mais espessas e em forma de taça das placas tectónicas. Os derretimentos que se formam abaixo dos seus centros fluem para cima e para fora em direção às bordas, pelo que a atividade vulcânica é comum nas suas bordas”, explicou, à mesma revista, o autor principal do estudo, Chunfei Chen, da Universidade de Geociências da China, na China.

Por seu turno, Stephen Foley, um dos autores do estudo, Universidade Macquarie, na Austrália, disse à Cosmos que trabalhos anteriores seus já tinham encontrado ligações entre os minerais críticos e os bordos dos cratões: “Mas ainda não havia uma explicação”.

As rochas derretidas por baixo dos cratões são pobres em minerais de silicato, mas ricas em minerais de carbonato, a profundidades de 200-250 km, principalmente, “se estiverem presentes carbono e água”, explicou Foley.

O geólogo já tinha demonstrado que estes derretimentos de carbonato podiam transportar outros minerais, incluindo metais e minerais à base de sulfuretos.

No novo estudo, examinou-se a forma como estes derretimentos mudam de composição à medida que fluem para cima e à volta dos cratões.

“Ao fazer várias experiências a diferentes temperaturas e pressões, a equipa conseguiu ver que uma fusão que começou por ser intermédia entre o silicato e o carbonato muda para carbonato à medida que migra através do manto“, disse Foley.

“O derretimento também é promovido por uma diminuição da pressão, o que significa que os derretimentos são mais comuns nas bordas dos crátons“, concluíram.

Foley diz que as rochas ricas em carbonato são geralmente consideradas como maus locoais para encontrar minerais críticos, pelo que tem havido pouca exploração neste domínio. No entanto, este novo estudo poderá vir mudar o paradigma.

“A nova investigação não só oferece um novo mecanismo de formação, como também sugere áreas de prospeção completamente novas“, afirmou à Cosmos.

ZAP //

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