“Telemóvel é um horror”: clientes Digi arrependidos. Compensação chega aos 5 000 euros

Queixas acumulam-se diariamente. Meses depois do início das operações, percebe-se que as chamadas e as mensagens são o foco.

– Estou?
– Olá. Finalmente!
– Já me tinhas tentado ligar hoje?
– Várias vezes. Tínhamos combinado falar hoje.
– Eu sei. Mas o meu telemóvel anda com problemas, este novo cartão… Ligam-me e nem dá sinal. Nem recebo as chamadas.
– Mudaste de operadora?
– Sim, para a Digi.

O relato é real e chegou ao ZAP nesta semana.

O leitor em causa, que durante muitos anos foi cliente da Vodafone, nunca tinha tido estes problemas na operadora anterior. Pelo menos, não com esta frequência, nem lá perto.

Logo nos primeiros dias da Digi em Portugal, relatámos as diversas queixas que estavam a ser partilhadas por parte dos clientes da nova operadora de telecomunicações.

Agora, mais de dois meses depois do início das operações, percebe-se que as chamadas e as mensagens são o foco das queixas contra a Digi.

Além do relato já mencionado, uma pesquisa rápida no Portal da Queixa originou dezenas de resultados; tudo queixas da Digi.

Aliás, a marca mais pesquisada neste site é mesmo a Digi Portugal, vê-se no próprio portal.

E só precisamos de olhar para reclamações publicadas nos últimos dois dias para perceber: a rede está a falhar muitas vezes.

António Oliveira conta que fez a portabilidade há apenas cinco dias (da Nowo) e, desde então, os quatro cartões que utiliza têm problemas nas chamadas. Todos os cartões, nenhum escapa: “As chamadas caem, principalmente quando ligo para redes fora da Digi”.

Maria revela que “as chamadas telefónicas estão sempre a ir abaixo, as pessoas tentam contactar e o número aparece como não atribuído. Por vezes as mensagens não são entregues”.

Luís Chaves também tem um cartão Digi, mas os entraves repetem-se: “O número visado não permite efectuar comunicações ou ligação à internet, apenas a recepção de chamadas”. Diversas queixas apontam no mesmo sentido.

“Horror”

Tiago Oliveira foi dos primeiros a aderir à Digi, mudou-se há dois meses. Mas deixa o aviso: “Entendo que tinham prazo para começar a operar, mas não podem entrar no mercado com esta qualidade de serviço“.

E foca-se no ponto central das queixas: “A nível dos telemóveis é que é um horror. Tenho tido imensos contratempos devido a isso. Chamadas perdidas, mensagens perdidas. Fico sem rede constantemente e em todos os telemóveis”.

Por causa destas falhas constantes, o cliente Digi comprou um cartão… Vodafone. “Para poder usar quando o serviço (Digi) deixa de funcionar. Ridículo”.

E também partilha uma reclamação que é comum encontrar: a demora no apoio ao cliente, ou mesmo ausência de respostas.

“É daqueles ditados: o barato sai caro”, finaliza Tiago.

A ANACOM estabelece que, nos casos de falhas na portabilidade, nomeadamente se houver interrupção do serviço, o novo operador é obrigado a pagar-lhe uma compensação de 20 euros, por número, por cada dia de interrupção, até ao máximo de 5 000 euros por pedido de portabilidade”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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