O “mestre do Universo” deixou um recado. Alguém percebeu o que quis dizer?

Peter Thiel diz que Trump é o melhor de todos, uma nova era. “Não faço ideia do que está a dizer; isso está a deixar-me muito desconfortável”.

Peter Thiel é um famoso empreendedor e investidor em tecnologia. É, por exemplo, um dos fundadores do PayPal, além de ter estado envolvido nos primeiros tempos do Facebook.

Há anos que apoia Donald Trump e, nesta sexta-feira, voltou a evidenciar isso mesmo.

Num artigo de opinião no Financial Times, Thiel escreve que o regresso de Trump à presidência dos EUA será sinónimo de uma fase de “verdade e reconciliação”.

Para o empreendedor, o futuro presidente vai trazer uma “apokálypsis dos segredos do antigo regime”. Ou seja: revelação, vai saber-se a verdade.

Alega que, graças a Trump, poderá ser revelado quem matou Jeffrey Epstein, qual é a verdadeira história por detrás do assassinato de John F. Kennedy, se a COVID-19 foi uma arma biológica dos EUA, ou se o Brasil proibiu a rede social X por ordem do governo de Joe Biden.

“O nosso Antigo Regime, tal como a aristocracia da França pré-revolucionária, pensava que a festa nunca mais acabaria. 2016 abalou a sua fé historicista no arco do universo moral, mas em 2020 esperavam descartar Trump como uma aberração. Em retrospectiva, 2020 foi a aberração, a acção de retaguarda de um regime em dificuldades e do seu governante. Não haverá qualquer restauração reaccionária do passado pré-Internet“, lê-se no artigo.

Como?

Matthew Gault ficou meio confuso: “Não faço ideia do que Peter Thiel está a tentar dizer – e isso está a deixar-me muito desconfortável”.

Numa primeira reacção no Gizmodo, o comentador começa por definir Peter Thiel como “apoiante de Trump há muito tempo, bilionário e mestre do universo“.

E acha que este artigo do empreendedor “reproduz na perfeição a experiência de estar encurralado por um suado viciado em cocaína numa festa em Austin, no Texas”.

Este artigo de opinião, descreve, “parece um discurso populista induzido pela cetamina e pela anfetamina. É um apelo às massas repleto de referências literárias que passarão pela cabeça da maioria dos licenciados universitários”.

Matthew tirou uma conclusão: Thiel quis dizer que a elite anda a distorcer a realidade. “O maior problema de todos: Thiel é da elite“, lembrando os milhares de milhões de euros que tem e a sua contribuição financeira para a carreira política de J.D. Vance, agora futuro vice-presidente dos EUA.

Outro detalhe, entre outras críticas: Peter Thiel deixa dúvidas sobre a morte do criminoso e magnata Jeffrey Epstein – que morreu em 2019, quando o presidente dos EUA era Donald Trump (que foi fotografado várias vezes ao lado de Epstein).

E sobre a ideia final de “não haverá qualquer restauração reaccionária do passado pré-Internet”, Matthew Gault avisa: “Se a sua tão elogiada internet populista conseguir algo semelhante ao controlo, não verão Thiel como um herói ou profeta. Será apenas mais um cabeça para a guilhotina“.

ZAP //

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