JPL / Space Science Institute / NASA
O planeta Saturno, visto pela sonda Cassini durante o equinócio. Dados sobre o modo como os anéis arrefeceram durante esta altura fornecem informações sobre a natureza das partículas dos anéis.
A espessura fina dos anéis cria uma ilusão ótica que faz parecer que desapareceram quando estão de frente para a Terra. O fenómeno acontece a cada entre 13,7 e 15,7 anos.
Saturno, um dos planetas mais cativantes do nosso Sistema Solar, vai ser o protagonista de um espetáculo astronómico raro no início de 2025.
Conhecido pelos seus icónicos anéis de gelo, poeira e rocha, o gigante gasoso vai alinhar-se de tal forma que os seus anéis parecerão desaparecer quando observados da Terra. Este fenómeno, chamado “cruzamento do plano dos anéis”, acontece quando os anéis de Saturno estão de frente para o nosso ponto de vista, tornando-os quase invisíveis devido ao seu perfil fino.
O evento, previsto para 23 de março de 2025, ocorre a cada 13,7 a 15,7 anos, quando Saturno completa a sua órbita de 29,4 anos em torno do Sol. A inclinação equatorial do planeta de 26,7 graus, combinada com as suas mudanças sazonais, leva a este efeito visual fascinante, refere o IFLScience.
Embora os anéis de Saturno se estendam por uns impressionantes 280 mil quilómetros de diâmetro, a sua espessura mede apenas dezenas de metros, criando a ilusão de desaparecimento quando vistos de frente.
Para os astrónomos e entusiastas do Espaço, este raro alinhamento oferece uma antevisão do futuro distante de Saturno. Estudos recentes sugerem que os anéis do planeta não são permanentes. A missão Voyager da NASA revelou que as partículas dos anéis estão a cair lentamente em direção a Saturno, um processo que poderá fazer com que desapareçam dentro de cerca de 300 milhões de anos.
“Temos sorte em estar por cá para ver o sistema de anéis de Saturno, que parece estar a meio da sua vida”, observou James O’Donoghue do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA. A natureza temporária dos anéis de Saturno também levanta questões sobre o passado de outros gigantes gasosos como Júpiter, Úrano e Neptuno, que atualmente têm apenas anéis ténues.
Após o evento de março de 2025, os observadores terrestres terão uma visão do pólo sul de Saturno e da parte inferior dos seus anéis, perspetivas que não eram vistas há muitos anos.
