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Uma creche aberta até de madrugada é um “problema”

Espaço em Braga abriu nesta segunda-feira. “Eu percebo, mas tenho medo” – Eduardo Sá explica o conceito de “creche quanto baste”.

O já famoso Clube dos Pequenos abriu nesta segunda-feira. É um berçário e creche em Braga, para bebés até aos 3 anos, que estará a funcionar todos os dias das 6h30 da manhã… até às 00h30 do dia seguinte.

Com 24 funcionários (35 em breve), vai estar aberta ao sábado e ao domingo, sem as habituais férias escolares. 92 vagas, com lotação esgotada já há algum tempo.

A prioridade é facilitar a conciliação profissional e familiar de quem trabalha por turnos e precisa deste tipo de apoio; o espaço é destinado a mães e pais que estejam no Hospital de Braga e na Universidade do Minho – os profissionais (ou estudantes) destas duas instituições vão deixar na creche os filhos, muitas vezes até de madrugada.

Eduardo Sá vê aqui um “problema”. E explica: “O que observamos depois é que nem sempre as estadias e o tempo que essas crianças estão numa creche coincide com o trabalho efectivo dos pais. Muitas vezes vai muitíssimo para além de tudo isso”.

“Portanto, eu tenho medo que estejamos a banalizar uma situação à boleia de alguma verdade. E que, no final de contas, pode ter consequências muito prejudiciais“, avisa o psicólogo

Na rádio Observador, Eduardo Sá repete que as crianças ganham em estar numa creche. Mas deixa o aviso: “É importante percebermos que uma creche é um quanto baste de creche, o mínimo possível de creche. Dentro do que for razoável. E tudo que for muito para além disto acaba por não ter tantos ganhos assim”.

Voltando ao seu medo: “Ficamos descansados porque estes profissionais têm uma solução. Mas vamos ver crianças que passam mais tempo na creche do que com os pais – e isso não tem graça nenhuma“.

O psicólogo percebe que os pais têm compromissos, têm os seus horários, mas deixa um recado na caderneta: “Os pais crescidinhos têm obrigação de se orientar de uma forma disciplinada, metódica, para que o emprego seja compatível com a função mais preciosa de todas: serem pais”.

Eduardo Sá acredita que esta solução “sedutora” para muitos pais vai ter
réplicas noutras grandes cidades, em breve.

Mas fica a pergunta: os bebés que estiverem tanto tempo na creche vão estar “mais protegidos ou um bocadinho abandonados”?

ZAP //

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