MEO, Vodafone e NOS pedem 24 meses para manter romena fora do Metro de Lisboa: “são obrigados a partilhar a rede, mas nada diz que tem de ser logo”. Metro diz que não há espaço para infraestrutura própria da Digi.
Dependente da infraestrutura das operadoras rivais — Altice, Vodafone e NOS — a Digi tem de negociar o acesso, mas, com apenas um mês de vida no mercado português, já enfrenta resistência das três grandes, não só nas casas portuguesas, como no Metro de Lisboa.
As operadoras alegam necessidade de adaptações técnicas no Metro da capital que poderão levar até dois anos a resolver.
Atualmente, a Digi oferece cobertura 2G e 4G a 93% da população, enquanto 40% tem acesso à rede 5G, sobretudo em zonas urbanas. Mas a ausência de serviço no Metro é uma limitação que muitos têm em conta. A condicionante afeta principalmente as linhas mais antigas do Metro de Lisboa; já na Linha Vermelha, mais recente, o problema está resolvido devido a uma infraestrutura já preparada para partilha, avança a presidente da Anacom, citada pelo Jornal de Negócios esta sexta-feira.
Segundo Sandra Maximiano, as operadoras são obrigadas a permitir o acesso, mas não há prazos definidos para a sua implementação. “Os operadores são obrigados a partilhar a rede, mas nada diz que tem de ser logo“, sublinha.
A Anacom já solicitou ao Metro de Lisboa que avalie a razoabilidade do prazo de 24 meses exigido pelas operadoras para partilhar a rede com a Digi. A responsável considera esse período excessivo e sugere que podem existir outras motivações para o atraso. “E que prazo é esse? “Estão a pedir 24 meses. É muito tempo!”, atirou Maximiano.
Para mitigar estas dificuldades, a Digi já pondera criar uma infraestrutura própria no Metro. No entanto, “o Metro diz que há falta de espaço, mas principalmente é uma questão de segurança”.
Mal chegaram a Portugal, a 4 de novembro, os preços competitivos da Digi começaram a pressionar os operadores estabelecidos, mas o impacto foi mais notável nas marcas low-cost das gigantes, como UZO (Meo/Altice), Amigo (Vodafone) e WOO (Nos), que expandiram as suas ofertas e baixaram preços ao nível da nova Digi.