Uma nova pesquisa analisou textos antigos e revelou que a população da Mesopotâmia sentia emoções específicas em determinadas partes do corpo.
As emoções podem ter uma ligação especial com partes do corpo bem específicas, e um novo estudo revela que a população da antiga Mesopotâmia tinha a raiva localizada nas coxas. A informação não veio do nada: é baseada numa análise e milhares de textos neoassírios do século X ao VII a.C.
O pessoal da região considerada como Berço da Civilização também sentia o amor e a felicidade no fígado, o sofrimento nas axilas e a excitação sexual nos tornozelos.
Os investigadores da Universidade de Helsínquia, na Finlândia, criaram um mapa de calor de partes do corpo específicas para 18 sensações emocionais diferentes, desde amor, raiva e inveja até felicidade, orgulho e até mesmo tristeza.
O estudo menciona que poucas emoções eram exclusivas de qualquer órgão, membro ou zona. O amor podia ser sentido nos joelhos, mas também ressoava no fígado e no coração.
“As emoções estão associadas a sensações corporais subjetivas específicas de emoções. Aqui, utilizamos essa relação e métodos linguísticos computacionais para mapear uma representação de emoções em textos antigos”, diz o artigo, publicado na iScience.
Emoções no corpo
Os autores contam que analisaram textos neoassírios de 934 a 612 a.C. para identificar expressões linguísticas relacionadas a emoções e sensações corporais.
auto skip
“Em seguida, calculamos regularidades estatísticas entre termos de emoção e palavras referentes a partes do corpo e projetamos de volta as relações emoção-parte do corpo resultantes num modelo corporal, produzindo mapas de sensações corporais para as emoções”, escrevem.
A análise permitiu chegar a quatro grupos principais de categorias de emoções corporais:
- Dois grupos de emoções principalmente positivas
- Um grande grupo de emoções principalmente negativas
- Um de empatia
“Esses resultados revelam o uso histórico da linguagem corporificada pertencente às emoções humanas. A nossa ferramenta orientada por dados pode permitir comparações futuras de padrões de corporificação textual em diferentes idiomas e culturas ao longo do tempo”, completam.
Diferenças entre os antigos e os modernos
De acordo com pesquisas anteriores, a raiva é sentida pelos humanos modernos na parte superior do corpo e nas mãos, enquanto os mesopotâmicos se sentiam mais aquecidos, enfurecidos ou bravos na parte inferior. Enquanto isso, o amor é sentido de forma bastante similar pelo homem moderno e neoassírio.
// CanalTech