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A vida são dois dias. Hospital psiquiátrico. Só mulheres (ou quase). Tudo com “prazer da escrita”

Cortesia / Analita Alves dos Santos

Analita Alves dos Santos

Um prémio diferente que vem de uma origem diferente. Analita Alves dos Santos e Cláudia Passarinho explicam este livro.

O prémio literário «O Prazer da Escrita» não foi aberto a toda a gente, não oferece dinheiro – pelo menos para já – e não teve igualdade de género (mas não no sentido habitual).

Este sábado, 14 de Dezembro, será o dia do evento do lançamento do livro de contos resultante da primeira edição desse prémio.

Maria João Covas, professora e activista literária, vai conduzir a sessão que vai ter a presença da autora, mentora literária e fundadora do projecto com o mesmo nome – Analita Alves dos Santos.

Em conversa com o ZAP, Analita explica que este prémio surgiu no seio do “Clube dos Writers”, um clube com assinatura mensal (não é aberto ao público geral) que promove a leitura – cada membro lê praticamente dois livros por mês.

Neste grupo trabalha-se todos os meses à volta da escrita, sempre com temas diferentes e sempre com diversas dinâmicas – e entre essas dinâmicas surgiu o prémio.

Todas as candidatas ao prémio (com apenas um homem na lista) fazem parte do “Clube dos Writers” – onde a maioria dos elementos são mulheres.

O prémio será também traduzido em dinheiro a partir do próximo ano, revela a mentora, mas nesta estreia traduz-se na publicação do Sublime Querer.

Cortesia / Analita Alves dos Santos

Livro ‘Sublime querer’

É um livro que reúne três contos que abordam o sobrenatural, a doença mental e a violência psicológica, temas desafiantes e intemporais, explorando dimensões humanas universais como o amor, a traição, o desejo e a vingança, lê-se em comunicado enviado ao ZAP.

O livro tem um conto da vencedora do prémio, Paula Campos, um conto de Cláudia Passarinho e outro de Laura Vasques de Sousa, ambas menções honrosas.

São histórias escritas por mulheres com percursos e vivências distintas, que se destacam pela profundidade e singularidade das suas vozes literárias.

Cláudia Passarinho, uma das autoras desses três contos que estão no livro, deixou-nos um resumo da sua obra.

Com linguagem “muito simples”, a ideia foi “muito básica: se a vida tivesse dois dias, o que faríamos? É uma reflexão sobre se resolveríamos as situações que tínhamos para resolver”, revela Cláudia.

Os pensamentos surgem todas de uma pessoa doente mental, que está num hospital psiquiátrico. As personagens são pessoas com quem esse doente lida diariamente – e que criou uma história para cada uma delas, dentro do hospital psiquiátrico.

O narrador vai apresentando as diversas personagens e, só no fim, indica quem estava a pensar em tudo.

Sublime Querer vai ser apresentado neste sábado às 15h30, no Palácio Baldaya, em Lisboa. A editora parceira é a Visgarolho.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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