Afinal, os mais jovens têm maior probabilidade de morrer por causa do calor

tommazo1979 / Depositphotos

Tendemos a acreditar que os mais velhos são quem mais deve ser protegido das altas temperaturas. Afinal, um novo estudo diz-nos para olharmos para os mais novos (mas não necessariamente para as crianças).

Os números de mortes provocadas por ondas de calor extremas têm sido os mais elevados de sempre, nos últimos anos.

Um novo estudo publicado na Science Advances a 6 de dezembro, realizado no México, revelou que desde 1998 a maioria das mortes relacionadas com o calor ocorreu nas pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos — o grupo que se poderia esperar ser fisicamente mais capaz de suportar humidade e calor extremos, conta a Science Alert.

É uma surpresa“, disse o economista ambiental e do trabalho Jeffrey Shrader, da Universidade de Columbia. “Estas são fisiologicamente as pessoas mais robustas da população. Gostaria de saber porque é que isto acontece”.

A escolha do México surgiu porque é um país com dados bastantes precisos sobre este tipo de mortes. Entre 1998 e 2019, houve cerca de 3.300 mortes anuais relacionadas com o calor. Quase um terço das mortes ocorreu em pessoas com idades entre 18 e 34 anos.

Não é possível encontrar uma resposta exata para a razão de ser desta estatística, mas os investigadores acreditam que os indivíduos mais jovens, por exemplo, são mais propensos a participar em atividades ao ar livre, e também são mais propensos a trabalhar em ocupações ao ar livre com pouca flexibilidade para eventos climáticos extremos.

“A nossa conclusão de que os jovens no México são especialmente vulneráveis ao calor pode ter implicações globais”, explicam os autores. “Os países mais quentes e com rendimentos mais baixos — que se espera que sejam os mais afetados pelas alterações climáticas — têm uma das populações mais jovens do mundo, atualmente e durante o próximo século”.

Num cenário de um mundo cada vez mais atingido por alterações climáticas, os investigadores preveem que as mortes relacionadas com o calor em pessoas com menos de 35 anos poderão aumentar 32% no México até 2100.

Agora, o estudo prossegue para outros países, para tentar averiguar se o mesmo acontece no mundo todo, e como é que isso pode ajudar a precaver este tipo de mortes.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.