Teve alta nas urgências por ter ido embora — afinal estava morto no hospital. “É de evitar”

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Daniel Tiago / Skyscrapercity

Hospital Central Distrital / Hospital Universitário de Coímbra

Homem teve alta por abandono por não ter respondido a várias chamadas, mas acabou por ser encontrado sem vida nas urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), após esperar mais de 10 horas.

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) confirmou esta terça-feira a abertura de um inquérito ao caso do homem encontrado morto nas urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), revelado no sábado.

“Antes de sabermos que foi uma falha, é preciso saber o que é que se passou e foi aberto um inquérito para perceber o que se passou”, disse António Gandra d’Almeida.

“Nós temos sempre de saber as coisas que correram menos bem, [se há] espaço para melhorar, mas precisamos de perceber exatamente o que é que se passou”, acrescentou.

Segundo revelou no sábado a RTP, o homem foi encontrado morto nas urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra no dia 10 de novembro, depois de mais de 10 horas à espera.

A vítima, que se sentiu indisposta depois de ter ingerido cogumelos que tinha apanhado, deslocou-se ao Centro de Saúde de Tábua em 9 de novembro, tendo sido transferida ao início da tarde desse dia para Coimbra, onde esperou horas pelo atendimento.

A família, que pretende apresentar queixa, foi informada que o homem teve a chamada alta por abandono por não ter respondido a várias chamadas, mas o paciente acabou por ser encontrado sem vida na urgência cerca das 05:30 da madrugada do dia seguinte, dia 10.

Hoje, o diretor executivo do SNS realçou que “é de evitar as coisas que correm menos bem”.

“Quando existem milhares de atendimentos todos os dias nas urgências e que correm muito bem, se calhar devíamos debruçar-nos mais sobre o que corre bem e tentar resolver quando existem coisas que correm menos bem”, acrescentou.

// Lusa

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2 Comments

  1. “que correm menos bem” e a falta de humanismo dos que tem a responsabilidade de gerir o atendimento. Afinal faz-se exigências de melhores condições salariais, etc. e os utentes? Parece que a desculpa é sempre a de muita ocupação, mas e o apoio aos doentes, sobretudo idosos?

    • A seguir devem vir dizer que o Senhor foi mal educado porque não atendeu as chamadas telefónicas e nem retribuiu. A culpa do que “correu menos bem” foi culpa do Senhor. Estes políticos estão a a atingir um limite…

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