Vai evitar erros se ouvir com atenção antes de falar e se promover um diálogo com respeito. E a empatia não exige concordância.
Em momentos de discussão, de conflito, os ânimos muitas vezes exaltam-se e a comunicação rapidamente passa a ser um conjunto de mal-entendidos e atitudes defensivas.
No entanto, um estudo destaca duas técnicas simples, mas poderosas, para gerir e resolver conflitos ao responder às necessidades emocionais da outra pessoa.
Os resultados sugerem que a parafraseação empática—escutar ativamente e refletir as emoções e preocupações do interlocutor—é uma forma altamente eficaz de reduzir a tensão e criar um diálogo construtivo.
O Psychology Today explica que a parafraseação empática acontece quando o ouvinte reformula as palavras do interlocutor com os seus próprios termos, ao mesmo tempo que reconhece as emoções subjacentes a essas palavras.
Ao validar os sentimentos da outra pessoa, mesmo que discorde da sua perspetiva, o ouvinte pode reduzir significativamente a defensividade e a negatividade, abrindo o caminho para uma resolução.
Outros estudos mostraram que participantes que falavam sobre conflitos recentes sentiram-se mais compreendidos e menos carregados emocionalmente quando os entrevistadores parafraseavam os seus sentimentos – e isto demonstra o impacto profundo desta técnica.
Por isso, ficam duas dicas essenciais para neutralizar, acalmar, uma discussão.
Ouvir ativamente e refletir emoções
É a tal parafraseação empática eficaz. Que começa com a escuta ativa.
Deixamos de lado a vontade de responder de forma defensiva ou de preparar uma contra-argumentação, focamo-nos totalmente no que a outra pessoa está a dizer, tanto a nível cognitivo como emocional.
Por exemplo, se um parceiro expressa frustração devido a uma comunicação falhada, uma resposta como “Compreendo porque estás frustrado; estavas à espera que eu ligasse, e eu não cumpri” transmite empatia e respeito pelos sentimentos da pessoa, ao invés de os desconsiderar.
Outro estudo apoia esta abordagem, mostrando que as pessoas percebem ouvintes como mais atentos quando demonstram compreensão e respeito – mesmo se estiverem em desacordo.
Esta técnica promove um sentimento de escuta, reduzindo a defensividade e incentivando um diálogo cooperativo.
Incentivar a clarificação para evitar mal-entendidos
Em situações onde as verdadeiras preocupações da pessoa não estão claras, faça perguntas para esclarecer, para reduzir ainda mais os mal-entendidos.
Por exemplo, se um colega de trabalho sente que o seu trabalho não é valorizado, responda com “Parece que sentes que estás a ser ignorado. Podes partilhar mais sobre isso?” – abre um espaço respeitoso e imparcial para o diálogo.
Ao convidar a outra pessoa a elaborar, o ouvinte evita suposições, aprofunda a compreensão e ajuda a conduzir a conversa para uma resolução em vez de uma escalada.
Esta abordagem também envolve reformatar os conflitos como oportunidades de compreensão, ao invés de uma disputa, concentrando-se nos objetivos partilhados em vez das queixas individuais.
Por exemplo, em conflitos domésticos, ao empatizar com a situação de um parceiro, o foco pode mudar de atribuir culpas para encontrar um terreno comum, resultando em resultados construtivos.
A empatia não exige concordância; trata-se de equilibrar o respeito por si próprio com a validação das emoções da outra pessoa. Ao priorizar a empatia e a abertura, os conflitos podem deixar de ser confrontos tensos para serem conversas significativas, promovendo relações mais fortes e resilientes.