Uma tabuleta babilónica com mais de 3 mil anos conta a história da criação do mundo segundo os mesopotâmicos. Nessa inscrição existe um mapa… que pode levar à Arca de Noé.
O Imago Mundi contém um texto cuneiforme que acompanha um mapa, considerado o mais antigo de que há registos. Na narrativa, conta-se a história do deus Marduk, que criou o mundo, e menciona-se o rei Utnapishtim, que construiu uma arca gigante para sobreviver a um dilúvio. Soa familiar?
O mapa reproduzia a região da Mesopotâmia, que incluía a Babilónia, o rio Eufrates e outras cidades e pontos de referência.
De acordo com a All That’s Interesting, o mapa do Imago Mundi está rodeado por um anel duplo chamado “Rio Amargo”: tudo o que se encontrava para lá desse rio estava para além do mundo conhecido dos babilónios.
Os triângulos esculpidos no mapa depois do rio representam, então, provavelmente montanhas distantes ou reinos inexplorados.
Agora, uma equipa de investigadores decifrou um novo segmento do texto, que acreditam que pode revelar mais sobre o mapa e sobre a antiga lenda de Noé.
Num vídeo publicado no YouTube, o especialista em escrita cuneiforme do British Museum, Irving Finkel, explica como o povo mesopotâmico “encapsulou neste diagrama circular todo o mundo conhecido em que as pessoas viviam, floresciam e morriam”. No entanto, “há mais do que isso neste mapa”.
Uma inscrição no Imago Mundi alerta os leitores que viajam para o quarto triângulo representado no mapa para que percorram sete léguas até encontrarem “algo grosso como um navio parsiktu“.
Parsiktu é um termo raro que faz menção a um barco de um determinado tamanho, e que surge na história do dilúvio babilónico (inscrita no Imago Mundi), que é semelhante ao conto bíblico da arca de Noé.
No mito mencionado no artefacto histórico, a arca foi construída por Utnapishtim em 1800 A.C., e acabou por repousar numa montanha chamada Urartu. Estudiosos bíblicos acreditam que Urartu é o mesmo que Ararat, a montanha onde, na Bíblia, se afirma que a arca de Noé pousou. O mapa Imago Mundi parece apontar para o quarto triângulo como a localização da arca.
A tábua está atualmente exposta no British Museum, e milhares de anos depois ainda vai revelando segredos escondidos da era da Mesopotâmia. “É uma coisa muito interessante, muito interessante de se pensar, porque mostra que a história era a mesma e, claro, que uma levava à outra”, constata Finkel.