Ainda ninguém sabe ao certo porquê, mas os cientistas têm várias teorias que explicam esta ideia (e, sobretudo, sensação) generalizada de que as ressacas pioram com a idade.
Muitas pessoas têm ressacas intensas depois de beberem em álcool em excesso, e esta sensação tende a piorar com a idade.
As ressacas resultam de várias alterações no organismo causadas pelo consumo de álcool, que é tóxico para as células. Durante a sua metabolização, o álcool transforma-se em acetaldeído, um composto tóxico que, com o tempo, é convertido em substâncias menos nocivas.
Embora não existam ainda provas científicas conclusivas, há várias teorias que explicam por que razão as ressacas parecem agravar-se ao longo do tempo.
Aaron White, do National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism, explica à Live Science alguns fatores possíveis.
Com o envelhecimento, o fígado torna-se menos eficiente a decompor o álcool, levando a um acumular de acetaldeído e inflamação no corpo. Esta reação inflamatória, mediada por citocinas, contribui para sintomas de ressaca como ansiedade e fadiga.
Além disso, as pessoas mais velhas são afetadas, de forma mais frequente, por doenças inflamatórias, tornando as bebidas alcoólicas mais propensas a agravar esses estados, o que intensifica o desconforto da ressaca.
O envelhecimento também prejudica a hidratação, tornando o organismo mais suscetível à desidratação causada pelo efeito diurético do álcool, que resulta em dores de cabeça e fadiga. Com a idade, a diminuição de água no corpo agrava este efeito, aumentando a concentração de álcool no sangue.
O álcool também afeta o sono, que, com a idade, tende a deteriorar-se, levando a que o impacto do álcool no cansaço seja mais notório.
No entanto, um estudo de 2013 com milhares de pessoas entre os 18 e 94 anos mostrou, curiosamente, que os mais velhos reportaram menos incidência e gravidade de ressacas do que os jovens.
A conclusão desse estudo foi que os adultos mais velhos sentem menos dores de ressaca, possivelmente devido a uma menor sensibilidade à dor.
Embora ainda haja dúvidas sobre a influência da idade nas ressacas, White reforça que “não exagerar é a melhor estratégia para os prevenir” os sintomas de uma ressaca, uma vez que “o tempo é a única cura universal para a ressaca”.