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A realidade virtual está a ser usada para acabar com o vício da cocaína

A realidade virtual (RV) está agora a ser utilizada para ajudar as pessoas a recuperar da dependência da cocaína.

Um novo projeto de realidade virtual, desenvolvido por investigadores do Reino Unido, tem como objetivo apoiar pessoas que lutam contra o vício da cocaína, colocando-as em cenários realistas e imersivos onde podem ser tentadas a ter uma recaída, mas sem os seus perigos reais.

Esta técnica, conhecida como cue exposure treatment (CET), já demonstrou ter êxito em ajudar os alcoólicos a reduzir os desejos e a evitar recaídas. Agora, cientistas estão a testar a sua eficácia na dependência da cocaína, de acordo com a VICE.

A ideia é simples: ao recriar os ambientes que desencadeiam os desejos, a RV oferece um espaço seguro para as pessoas praticarem a resistência à tentação.

A abordagem começa com a identificação dos sinais ambientais específicos que levam aos desejos. Os investigadores utilizam dispositivos portáteis para seguir estes sinais e, de seguida, utilizam a tecnologia de RV para expor repetidamente os participantes a situações que podem desencadear o consumo de drogas.

Por exemplo, uma cena de RV pode colocar alguém num ambiente de festa onde lhe é oferecida cocaína, ou em casa sozinho onde a tentação é forte. Estas simulações permitem aplicar as competências que aprenderam na terapia para lidar com estas situações.

Um grande desafio para os que estão a recuperar da dependência é que, embora seja fácil sentir-se em controlo durante a terapia ou quando se está sozinho em casa, as situações da vida real podem ser muito mais difíceis de gerir.

O projeto, liderado por Paolo Deluca do King’s College de Londres, faz parte de um investimento governamental de 12 milhões de libras destinado a reduzir as overdoses de droga e a apoiar a recuperação. Outros projetos desta iniciativa estão também a explorar a utilização da inteligência artificial, da tecnologia vestível e da realidade virtual para ajudar no tratamento da dependência.

“Estamos a tentar compreender melhor os cenários – os sinais e as interações – que desencadeiam o desejo nas pessoas que consomem cocaína”, explicou Deluca, citado pela VICE.

ZAP //

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