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Cristóvão Colombo era espanhol e judeu

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Wikimedia

Retrato póstumo de Cristóvão Colombo, por Sebastiano del Piombo (1519)

Nem português, nem genovês. Investigação que demorou 22 anos revela a nacionalidade do explorador. O ADN foi essencial.

Cristóvão Colombo, que terá sido o primeiro explorador a liderar uma frota europeia a chegar à América, morreu há mais de 500 anos. E muitas dúvidas persistem desde essa altura sobre o navegador.

Colombo seria de Génova (hoje Itália), segundo muitos historiadores. Outros alegam que era português. Ou grego, ou irlandês, ou sueco.

Nada disso. Afinal, era espanhol. E judeu. A revelação surgiu na noite passada, num documentário publicado na TVE.

Colombo ADN, a sua verdadeira origem é o nome do trabalho que mostra os resultados de uma investigação que começou em 2002. Sim, a pesquisa demorou 22 anos.

A investigação liderada pelo especialista forense e catedrático da Universidade de Granada, José Antonio Lorente, examinou centenas de ossos e documentos – com ajuda essencial de ADN, como se percebe pelo nome do documentário.

Numa primeira fase, foi preciso encontrar os restos mortais de Cristóvão Colombo. Havia dúvida se estaria em Espanha (Sevilha) ou República Dominicana. Mas as análises aos ossos do seu filho, Fernando Colombo, foram centrais para confirmar que estão em Sevilha. Havia correspondência.

Essa análise ao filho, nomeadamente ao ADN, permitiram verificam que Fernando Colombo tinha origem judia. E foi possível localizar a nível geográfico: Mediterrâneo Ocidental, segundo Lorente, mais concretamente o “arco mediterrânico espanhol“, porque não há outra hipótese realista.

Em relação ao local de nascimento, havia até aqui 25 origens possíveis. Mas os resultados ADN descartam quase todos; e descartam mesmo a possibilidade de ser de Génova.

E aqui entra novamente a parte de ser judeu. Porque todos os maiores historiadores italianos asseguravam que Colombo, sendo de Génova (onde não havia nenhum judeu no século XV), não podia ser judeu. Mas como não nasceu em Génova…

As cartas escritas pelo próprio navegador estão todas escritas em castelhano. Não há nem uma palavra com “toque” italiano.

Além disso, os “Colombo” italianos que foram analisados não têm qualquer semelhança genética com Cristóvão.

A investigação demonstra que o navegador nunca deixou qualquer referência à sua origem e ao seu local de nascimento.

E tinha um motivo para isso: sendo judeu, tinha que se esconder, perante uma realidade dominada por cristãos católicos. Aliás, fugiu para Lisboa e terá sido por causa disso.

Até porque em 1492 foi publicado um ultimato: um judeu, ou convertia-se ao cristianismo, ou era expulso de qualquer território católico. Cristóvão Colombo passou a vida a fingir que era cristão, católico, apostólico e romano.

Foi precisamente com influência de muitos judeus (alguns convertidos) que chegou ao rei português D. João II para tentar navegar rumo à Índia.

Mas o ADN mostra que o navegador também mentiu noutro aspecto: Cristóvão Colombo disse que Diego era seu irmão, mas não era. Os cromossomas não coincidem. Seria um primo de segundo grau, provavelmente.

Estas descobertas foram reveladas no dia 12 de Outubro de 2024. A chegada à América aconteceu no dia 12 de Outubro de 1492.

ZAP //

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1 Comment

  1. Quanto mais tempo passa, mais difícil é encontrar provas históricas…. Parece que com o passar do tempo se tornam mais fácil criar teorias…. Um dia deste alegam que não existe portugueses e todos os feitos dos portugueses na verdade pertencem aos espanholes

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