Schumacher: médico duvida muito da alegada ida ao casamento

Neurocirurgião descreve o (suposto) estado do alemão e até acha que o antigo piloto está pior do que estava há uns anos.

Foi uma notícia que surpreendeu muita gente: Michael Schumacher teria voltado a ser visto em público.

Diversos jornais indicaram que o antigo piloto de Fórmula 1 foi ao casamento da sua filha em Espanha.

Esta seria a primeira vez que Schumacher apareceria em público desde que sofreu um grave acidente de esqui no final de 2013, tendo ficado em estado vegetativo.

Mas o neurocirurgião Jussi Posti duvida muito desses relatos. Até porque o alemão estará pior do que estava há uns anos.

“Se foi construído um hospital domiciliário pessoal à sua volta, parece que tem estado principalmente deitado. Com base nas informações disponíveis, não creio que levasse uma vida muito activa. Tudo aponta para que esteja em pior situação“, disse o médico.

Em entrevista ao jornal Iltalehti, o neurocirurgião sugeriu que Schumacher esteja “na mesma condição ao longo da última década. Duvido que algo tenha mudado nesta etapa”, analisou o chefe departamento de neurocirurgia e lesões cerebrais traumáticas do Hospital Universitário de Turku, na Finlândia.

“Muitas pessoas ficam tão frágeis e rígidas como doentes acamados que já não é possível levantá-las da cama, tantos anos depois”, continuou.

Posti não acredita que Schumacher consiga fazer qualquer tipo de movimento físico: “Se pensarmos hipoteticamente que seria um doente acamado, deve ter sido reabilitado, mas perdeu de facto uma parte significativa da sua massa muscular”.

E, mesmo que tenha ido ao casamento, o alemão “provavelmente está na condição em que esteve na última década. Nada mais repentino aconteceu nesta fase”.

“Normalmente, os doentes recuperam o que há para recuperar até dois anos (depois do acidente), e depois o nível de recuperação fica-se geralmente por aí. É claro que há histórias de que, mesmo passados ​​dois anos, os doentes recuperaram cognitivamente e, por vezes, até fisicamente para uma condição melhor”, admitiu.

Os tratamentos de terapia de regeneração cerebral e terapia de transplante celular ainda estão a ser testados. São modelos ainda “muito experimentais”, apenas testados em animais. Não há garantia científica de que ajudem o alemão.

Michael Schumacher estará a comunicar apenas com os olhos nesta fase, respondendo “sim ou não, olhando em direcções diferentes”, descreveu Jussi Posti.

E poderá comunicar apenas com os familiares mais próximos: “Existem vários efeitos secundários de danos cerebrais – até mesmo lesões cerebrais acidentais – em que a lesão faz com que o paciente não esteja disposto a comunicar com ninguém que não seja a família próxima”.

Schumacher deverá sobreviver como um prisioneiro do seu próprio corpo: “Significa que o doente está consciente do seu ambiente, mas não consegue reagir a esse ambiente”.

O neurocirurgião acredita que o antigo campeão de Fórmula 1 tem à sua volta uma equipa de reabilitação multidisciplinar, com fisioterapia activa e terapia ocupacional, além de terapia da fala e ajuda de um psicólogo em alguns momentos.

ZAP //

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