Super Samu espalha brasas no Castelo

HUGO DELGADO/EPA

FC Porto foi irresistível na segunda parte e saiu do Castelo vimaranense com um precioso e justo triunfo. Conquistadores derrotados por três bolas a zero.

A primeira parte foi do pior que já se viu nesta edição do campeonato, com inúmeras interrupções, faltas assinaladas, bolas perdidas e muito pouco futebol.

Tudo foi diferente na etapa final, os “azuis-e-brancos” tiveram superioridade na zona central do terreno e descobriram um “furação” no ataque que tomou de assalto a área contrária.

Samu Omaradion espalhou veneno com dois golos plenos de oportunismo, sendo que Pepê dissipou quais dúvidas…

“Dragão” dinamitou “conquistadores”

Muita parra e muito pouca uva na primeira parte. Houve muita tensão, principalmente nas bancadas – o duelo esteve parado alguns minutos -, mas o futebol praticado dentro das quatro linhas defraudou as expectativas e ficou abaixo daquilo que era esperado. Ainda assim, os “dragões” foram a única equipa a criar algum perigo com o lance protagonizado por Nico González a ser o mais vistoso.

Tudo foi diferente na etapa final. O FC Porto foi mais objectivo nas investidas à baliza contrária, explorando a verticalidade de Samu Omaradion, e a estratégia resultou em pleno. Primeiro, o campeão olímpico espanhol finalizou a preceito uma assistência de João Mário, 11 minutos volvidos foi accionado por Francisco Moura, ligou o turbo e bateu com classe Bruno Varela.

Atordoado, o Vitória foi apanhando os cacos e apenas aos 77′ conseguiu criar um lance com pés e cabeça, mas Gustavo Silva não logrou acertar no alvo. Para consumar o triunfo, Francisco Moura voltou a ter precisão e ofereceu o 3-0 final a Pepê.

Triunfo categórico e justo do FC Porto, que desta forma cola-se ao Sporting na liderança da prova. Os “leões” sobem ao palco neste domingo na recepção ao AVS. Os vitorianos, que não sabem o que é travar os portistas no Estádio D. Afonso Henriques desde 2015/16, somam a segunda derrota na temporada e estacionam na classificação com 12 pontos.

O Jogo em 5 Factos

1. Aposta certeira

Assumiu a titularidade e justificou a aposta com uma partida plena de oportunismo. Batalhou na primeira e aproveitou o desgaste dos defensores contrários para deixar a marca dele com três remates, dois golos, nove passes progressivos recebidos (recorde no duelo), quatro duelos conquistados, apenas um passe falhado em 17 feitos, atingiu as cinco recuperações de bola e as oito perdas da posse.

2. Não há Otávio? “No problem”

No final do encontro, Vítor Bruno admitiu que “riscou” Otávio deste jogo para proteger o defensor das críticas. Zé Pedro foi chamado à acção e não claudicou. O central foi a terceira melhor unidade do FC Porto, fruto de um remate, seis passes progressivos, três duelos conquistados em quatro, cinco recuperações de boça e 15 acções defensivas, entre os quais dez alívios – dois recordes no jogo. Obteve um rating de 6.9 e a avaliação apenas não foi mais elevada devido aos quatro passes de risco que cometeu.

3. Vitorianos sem sal no ataque

Exibição para esquecer… ou talvez não da equipa de Rui Borges. Os anfitriões nunca conseguiram criar lances de perigo, correram sempre atrás do prejuízo e saíram da partida com apenas sete remates (um enquadrado) e 11 acções com a bola na área contrária.

4. Chuva de passes… falhados

Nervos em franja e muitos passes desperdiçados. O Vitória falhou 69 – 14 dos quais de risco – em 282 tentados (eficácia de 80%), já os portistas apresentaram o mesmo número de passes sem a direcção esperada (69), sendo que 23 foram de risco em 357 realizados (eficácia de 84%). No terço defensivo, os “dragões” acumularam 14 perdas do esférico e o adversário apenas três.

5. “Dragões” mais faltosos

O FC Porto fez mais do dobro das infracções do Vitória, foram 18 faltas face às sete do opositor.

Melhor em campo

Começa a soltar-se, ao cabo do segundo jogo de dragão ao peito, e foi fundamental no triunfo alcançado neste sábado. Francisco Moura deu asas ao ataque na etapa final e foi determinante com duas assistências, num total de três passes para remate, 37 passes correctos em 46 tentados (eficácia de 80%), cinco passes progressivos, dois super progressivos, 66 acções com a bola, três das quais na área contrária, venceu dois duelos em sete, acumulou sete recuperações de bola, 13 perdas da posse e seis acções defensivas. O antigo lateral-esquerdo do Famalicão foi o MVP com um rating de 8.0.

Resumo

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