Nos últimos quatro meses, o Governo nomeou 66 dirigentes de topo, e grande parte têm ligações ao Partido Social Democrata (PSD). A maior parte das trocas está a acontecer antes de os ex-dirigentes completarem um ano de funções – o que evita indemnização.
Desde o início de maio até agora, o Governo, liderado por Luís Montenegro, já fez mexidas em pelo menos 24 organismos da “máquina do Estado” (nalguns mais do que uma vez).
Os cálculos foram feitos pelo Jornal de Notícias, que contabilizou 66 dirigentes de topo já nomeados pelo atual Governo, para organismos nacionais do Estado, com muitos ligados ao PSD.
“Entre demissões e muitas polémicas”, como aponta o JN, o Governo já mexeu em quase todos os ministérios.
Os organismos com mais dirigentes de topo nomeados pelo Governo foram a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a AICEP e a Direção Executiva do SNS (todos com seis nomeados).
Além dos suprarreferidos, o Jornal de Notícias também enumera mudanças “na PSP, na AIMA, na Segurança Social, na Águas de Portugal, na Museus e Monumentos, no Instituto do Património, na AMA, no Instituto Camões, no IHRU, no IPDJ, na Fundação INATEL, em três organismos ligados ao Ministério da Defesa, na Comissão de Auxiliares da Justiça, na APA e em vários monumentos e teatros”.
O matutino destaca a última mexida, ainda esta quarta-feira, com o anúncio de José Augusto Bernardes, para novo comissário-geral da Estrutura de Missão para as comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões, em substituição de Rita Marnoto, que tinha sido nomeada pelo Ministério da Cultura, em maio.
Ora aqui está um exemplo de um organismo em que o Governo mexeu mais do que uma vez. Neste caso, o Governo justificou a troca, dizendo foi um pedido da própria Rita Marnoto, em julho. Contudo, há quatro dias, ainda no cargo, Rita Marnoto disse que só estava à espera “de orçamento e de equipa de programadores” para começar a trabalhar.
Exonerados antes da indemnização
Como nota o Jornal de Notícias, o Governo dá quase sempre a justificação de que é necessária “nova orientação” ou um “novo impulso”.
Outra tendência curiosa é o facto de a maior parte das substituições acontecer antes de os dirigentes completarem um ano de funções e, assim, terem direito a indemnização.
O exemplo mais recente é o do afastamento o presidente do IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, Luís Filipe Guerreiro, esta quarta-feira, que vai ser substituído por José Pulido Valente.
O Governo justificou esta mudança, precisamente, com o objetivo de dar “um novo impulso” a este organismo.
O curioso: No próximo sábado Luís Filipe Guerreiro faria um ano à frente do organismo. Sendo assim, já não terá direito à indemnização.
Não tenho duvida que sairá muito sumo , mas talvez , como sempre , para uma certa Elite Privada !
E como sempre o Zé a pagar a máquina de recompensa dos partidos!