Candidata virou sondagens a seu favor e registou-se uma “inversão dramática” nas previsões. Mas o elefante Israel continua a sufocar os corredores Democratas. Qual é a posição de Kamala?
Três semanas depois de assumir o lugar de Joe Biden como candidata presidencial democrata, Kamala Harris virou as sondagens a seu favor em cinco estados cruciais e alargou a vantagem sobre Donald Trump a nível nacional.
A nova sondagem Cook Political Report, sobre sete estados cruciais, mostra que Kamala Harris passou para a frente na Pensilvânia (+1), Michigan (+3), Wisconsin (+3), Carolina do Norte (+1) e Arizona (+2).
A Geórgia está em empate técnico e no Nevada é Donald Trump quem lidera (+3). Aqui, Harris reduziu a distância em seis pontos em três semanas.
Em maio, a pesquisa Cook Political Report mostrava Trump a liderar em todos estes estados por 1 a 9 pontos exceto no Wisconsin, onde a corrida estava empatada.
O ‘ponteiro’ do Financial Times, que se baseia em várias sondagens, dá a Harris uma vantagem de 1,4 pontos no Michigan e 0,6 pontos no Wisconsin e mostra um empate na Pensilvânia, estado onde antes Trump tinha mais 4,4 pontos que Biden.
Os dados que vêm de sondagens estaduais de elevada qualidade fornecem indicadores mais robustos que as médias nacionais, mas a tendência global também beneficia a democrata. O FT coloca Harris à frente com 47,4% contra 45,5% de Donald Trump.
Também os dados agregados da plataforma FiveThirtyEight mostram que Kamala Harris tem agora 46,2% das intenções de voto a nível nacional, contra 43,5% de Donald Trump. A vantagem é de 2,7 pontos, o que espelha a tendência ascendente desde o final de julho, quando a candidata passou para a frente por apenas 0,8%.
Em agosto, as sondagens Morning Consult, Quantus Polls and News, Pew Research Center, Big Village, YouGov, ActiVote e Emerson College mostram Harris à frente, com 1 a 5 pontos de vantagem. As sondagens Beacon Research/Fox News e J.L. Partners/DailyMail mostram Trump com 1 e 2 pontos de vantagem, respetivamente.
“Inversão dramática” para os Democratas
“O sucesso de Harris a eliminar a diferença é impulsionado pela sua consolidação da base democrata e maior apoio entre eleitores independentes”, escreveu no relatório a analista Amy Walter.
A mudança também está a chegar à Florida, onde os dados de uma nova sondagem da Florida Atlantic University colocam Donald Trump à frente por apenas três pontos, metade da vantagem que tinha sobre Biden.
Segundo a sondagem NPR/PBS News/Marist, publicada a 6 de agosto, a favorabilidade da candidata disparou entre 20 a 30 pontos junto do eleitorado afro-americano, mulheres brancas com licenciatura e mulheres independentes.
A mais recente pesquisa New York Times/Siena College mostra igualmente uma “inversão dramática” para o partido Democrata, com Kamala Harris a liderar no Michigan, Pensilvânia e Wisconsin por quatro pontos percentuais (50% contra 46% de Trump).
Numa sessão de análise ao impacto da mudança de Biden para Harris, o analista da Morning Consult Cameron Easley salientou que há agora mais democratas entusiasmados com as eleições de 2024.
“Desde a alteração, o entusiasmo nos eleitores com mais de 45 anos disparou”, afirmou o analista, notando que tal diferença não é tão visível nas faixas etárias mais jovens, que historicamente votam em menor percentagem.
Israel: o elefante na sala Democrata
A ofensiva de Israel na Faixa de Gaza continua a dividir profundamente o Partido Democrata norte-americano, obrigando Kamala Harris a clarificar a sua posição na convenção nacional que começa segunda-feira em Chicago.
A ala progressista do Partido Democrata critica a forma como o Presidente Joe Biden tem apoiado Israel, sem grandes exigências sobre a forma como o Exército israelita tem fustigado a Faixa de Gaza.
Mas a fação moderada do partido não aceita a forma como manifestantes pró-palestinianos se referem a este conflito, acusando Israel de genocídio e exigindo que a Casa Branca embargue o apoio militar ao regime do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Kamala Harris tem sentido o incómodo destas divisões nos comícios e os seus conselheiros já avisaram que a candidata democrata deverá aproveitar as intervenções na convenção de Chicago para esclarecer a sua posição sobre o conflito no Médio Oriente.
Em maio, diversas sondagens revelavam que apenas cerca de um terço dos eleitores registados como democratas apoiavam a posição do Presidente Joe Biden face a Israel e havia sérias divisões sobre o apoio às manifestações pró-palestinianas.
O que nos disse a escolha do ‘vice’
De resto, alguns conselheiros da agora candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, admitem que a ainda vice-Presidente não escolheu Josh Shapiro para seu companheiro de candidatura, em parte por causa da forma como este governador da Pensilvânia, de religião judia, foi implacável com os protestos pró-palestinianos nas universidades do seu estado.
Num discurso em maio, Shapiro mostrou solidariedade com várias direções de universidades de Filadélfia quando estas consideraram que o comportamento dos seus estudantes que se manifestaram contra Israel violava as leis locais.
A verdade é que Harris acabou a escolher como candidato a vice-Presidente Tim Walz, governador do Minnesota, com posições mais discretas do que as de Shapiro sobre o conflito no Médio Oriente.
“Alternativa a Biden é Trump” para os progressistas
Ainda esta semana, depois de a Casa Branca aprovar a venda a Israel de armamento no valor de mais 20 mil milhões de dólares (cerca de 18 mil milhões de euros), o senador democrata Bernie Sanders – conotado com a ala mais progressista do Partido Democrata – deu uma entrevista televisiva criticando a atitude de Biden.
“Ao nível da política doméstica, Biden foi um dos presidentes mais progressistas da história recente do país. Mas, ao nível da política externa, não posso deixar de notar o seu afastamento em relação aos progressistas”, disse Sanders, mostrando-se preocupado com a forma como Kamala Harris está conotada com as posições da Casa Branca sobre o conflito no Médio Oriente.
“O problema é que a alternativa para os eleitores progressistas, em particular os mais jovens, é que a alternativa ao plano de Biden é o republicano Donald Trump. E nós progressistas, apesar de algumas divergências neste ponto, não podemos deixar que Trump ganhe as eleições de novembro”, concluiu Sanders nessa entrevista.
Perante estas divisões internas, e em véspera da importante convenção de Chicago, Harris tem procurado algum distanciamento em relação às posições assumidas pela Casa Branca.
Qual é a posição de Kamala?
Poucas horas depois de um ataque israelita contra uma escola em Gaza, no dia 11, Harris condenou a morte de civis, lembrando que “já morreram demasiados civis”, insistindo na necessidade de se conseguir um cessar-fogo no enclave, rapidamente.
Harris diz entender porque Israel está a atacar o movimento islamita Hamas – após os ataques em solo israelita, em outubro passado – a vice-Presidente exige que “sejam poupadas as vidas de civis inocentes” como “uma prioridade da ação de Israel”.
Contudo, nem isso tem impedido que grupos de manifestantes pró-palestinianos estejam a interromper comícios de campanha da candidata democrata, com cânticos de contestação ao apoio dos Estados Unidos a Israel.
Num recente comício em Detroit, no estado de Michigan, perante esses cânticos, Harris interrompeu o seu discurso e olhou nos olhos os protestantes.
“Eu estou a falar. Se querem que Trump ganhe, continuem com isso. Caso contrário, calem-se e deixem-me falar”, ameaçou Harris, com ar sério.
No final do comício, conselheiros de Harris vieram assinalar aos jornalistas que os manifestantes pró-palestinianos tinham usado a palavra “genocídio” para se referirem ao que estava a acontecer em Gaza, dizendo que a candidata não podia ser complacente com esse tipo de leitura dos acontecimentos.
Antes do comício, Kamala Harris e Tim Walz reservaram algum tempo da sua passagem por Detroit para reunir com o Uncommitted National Movement – uma organização independente que tem pedido um embargo de armas a Israel – para lhes comunicar o empenho da candidatura em obter um cessar-fogo no Médio Oriente.
“Que fique claro que a candidata está preocupada com o que se passa em Gaza e fará tudo para evitar a morte de civis inocentes”, clarificou um dos conselheiros da candidatura democrata à Casa Branca, no final desse comício.
ZAP // Lusa
Parece que apoia a resolução do Hamas de a extinção total da raça Judeia. Quando nomeias um islâmico com essas ideias para cargo político se ganhares, mostras o que pensas fazer no futuro, mesmo que não o digas em voz alta.
Como é possível alguém acreditar num mentecapto destes!!!?
Só mesmo americanos.
Uma America sem Trump , será uma America com um Trum..fo , para o futuro !
Pobre povo americano (e não só) que não imagina o que os espera se essa fulana ganhar as eleições… o Trump pode não ser grande coisa como gente, mas de momento é a única solução para os EUA voltarem a ver a luz ao fundo do túnel…
Muito riso, pouco siso. Parece estouvada esta mulher. A América quer isto?