As três grandes promessas de Montenegro na rentrée política

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Luís Forra

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, na Festa do Pontal

Decorreu esta quarta-feira, no Pontal, a rentrée política do Partido Social Democrata (PSD), com o primeiro-ministro Luís Montenegro a deixar três grandes promessas. Quem vai sair a ganhar?

Luís Montenegro anunciou que o Governo vai aprovar um suplemento extraordinário para as pensões mais baixas, que irá variar entre os 100 e 200 euros.

Numa intervenção de cerca de 20 minutos na Festa do Pontal, em Quarteira, distrito de Faro, que marca a rentrée política do PSD, o primeiro-ministro anunciou um “suplemento extaordinário” que será pago no mês de outubro.

O complemento será de 200 euros, para quem tenha pensão até 509,26 euros, de 150 euros para as pensões entre 509,26 e 1018,52 euros e 100 euros para as pensões entre 1018,52 e 1527,78.

Novo passe ferroviário

Mas antes, não só para graúdos, Montenegro tinha anunciado um “plano de mobilidade”, que inclui um novo passe ferroviário de 20 euros mensais que dará acesso a todos os comboios urbanos, regionais, interrregionais e intercidades, ficando apenas de fora os comboios pendulares e internacionais.

O novo plano será aprovado com os objetivo de faciltar a utilização de meios de transporte, mais sustentáveis e que facilitem a vida dos cidadãos.

“Em Setembro, vamos apresentar plano de mobilidade verde que vai facilitar a utilização de meios de transporte que não inflijam problemas ambientais, que sejam mais sustentáveis, mas que facilitem a vida dos cidadãos. Uma das traves-mestras é a ferrovia“, afirmou o líder do executivo.

Mais promessas para SNS

O terceiro grande anúncio do primeiro-ministro foi a criação de mais vagas para o curso de Medicina, de forma a compensar as aposentações dos médicos do Serviço Nacional de Saúde – SNS.

Para isso, Montenegro anunciou a criação dos cursos de Medicina na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e na de Évora (UE).

“Vamos fazer tudo para preencher este mapa com medicina em Trás-os-Montes e Évora. E com isso vamos formar mais médicos, vamos fazer mais escolas de medicina em hospitais e vamos espalhá-los pelo território”, disse, citado pelo Público.

Oposição concorda (em discordar)

No mesmo discurso, Luís Montenegro disse estar a resolver os “problemas fáceis” deixados pelo anterior Governo: “Aqueles que nos dizem que só estamos a tratar do que é mais fácil são os que estiveram oito anos para tratar do que é mais fácil. Se fosse fácil tinha sido feito por eles. Acham que os portugueses são estúpidos?”, questionou.

No entanto, estas declarações reuniram o consenso na oposição: de que as coisas fáceis também não estão a ser resolvidas.

Após o discurso de Montenegro na rentrée política do PSD, os partidos da oposição acusaram Montenegro de estar em campanha eleitoral, considerando que continuam a faltar medidas estruturais.

Em declarações aos jornalistas, no parlamento, PS, Chega, IL, BE e Livre apontaram críticas ao primeiro-ministro.

“Montenegro vive alheado à realidade”

A líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, defendeu que o discurso de Montenegro “visa apenas desviar a atenção de todos de uma situação de quase descalabro no SNS”.

A socialista considera que os números desmentem a ideia do primeiro-ministro sobre a situação na saúde uma vez que houve mais 40% urgências obstétricas encerradas do que no ano passado”, o que traz “muito mais imprevisibilidade”.

“Não estamos melhor, estamos muito pior”, acusou Alexandra Leitão, considerando que o Governo está num “estado de negação” sobre a saúde.

Pelo Chega, Patrícia Carvalho considerou que o discurso no Pontal foi “muito pouco ambicioso, que mais parece de campanha eleitoral”.

“O primeiro-ministro continua sem reconhecer a sua responsabilidade naquilo que é a instabilidade política que vivemos e talvez seja por isso que não tenha tido uma palavra sobre o Orçamento do Estado”, lamentou, considerando que Luís Montenegro “vive um pouco alheado da realidade“.

Pela IL, a líder parlamentar, Mariana Leitão, rejeitou a ideia defendida por Montenegro de que a saúde está melhor, uma “afirmação manifestamente errada” já que há menos previsibilidade para as grávidas e o plano do Governo “está a falhar”.

Para Mariana Leitão, seria “importante que houvesse medidas concretas para saúde”.

O líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, viu um primeiro-ministro “deslumbrado por si próprio” e um “Governo que ignora os problemas do país”.

Lamentando um dos piores verões do SNS por falta de “diálogo, estratégia e planeamento”, Fabian Figueiredo acusou o Governo de ter “optado pelo caos” e considerou ser sua “responsabilidade exclusiva” o facto de a resposta na saúde ter piorado.

Pelo Livre, Jorge Pinto apontou os “grande anúncios e muita pompa” do Governo, mas criticou o facto de “falhar na resposta aos problemas concretos dos portugueses”, considerando que uma das áreas em que o executivo tem falhado é na saúde, cujos problemas diz ser da responsabilidade do Governo de Montenegro.

“É hoje inegável que o setor da saúde está muito pior hoje do que estava quando o Governo tomou posse”, lamentou, criticando a falta de medidas nesta área.

Por seu turno, o CDS-PP foi o único que defendeu Montenegro. Paulo Núncio considerou que “em quatro meses é difícil pedir mais a um Governo” que “está a resolver problemas herdados de oito anos” de governação do PS.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. Parece aquele familiar que dá 1 euro para ir comprar uns rebuçados. Tão querido este nosso benfeitor, só falta mesmo ser em vale refeição para não gastarmos tudo em coisas parvas.

  2. Marketing , Pré-Eleitoral , nada mais ! ……com “Tostões ” se compram votos ! ……Não será com esses “Tostões” que os Portugueses poderão cuidar melhor da sua Saúde , SNS e Cuidados Primários Preventivos a funcionar , é a real necessidade !

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  3. Há 50 anos na mesma lengalenga, muda a cor e a conversa é a mesma da-se migalhas aos reformados para garantir futuros votos, agora promete-se faculdades de medicina ao desbarato com custos enormes para os contribuintes, e que em nada contribuirá para a melhoria do SNS tendo em conta que somos dos 5 países europeus com maior numero de médicos per capita é mais do que evidente que o problema não é falta de médicos mas sim má gestão e salários baixos, ou seja vamos gastar mais dinheiro publico para formar mais médico para emigração. Os outros países agradecem, em vez de gastar milhões em faculdades preferem pagar bons salários.

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