Yahya Sinwar, um dos mentores do ataque de 7 de outubro que desencadeou a ofensiva israelita, era líder do Hamas em Gaza desde 2017. É um dos principais alvos de Israel, que quer “eliminá-lo rapidamente”.
O Hamas anunciou esta terça-feira que o seu chefe em Gaza desde 2017, Yahya Sinwar, foi designado como novo líder político do movimento islamita palestiniano, uma semana após o assassínio em Teerão do seu antecessor, Ismail Haniyeh.
“O movimento de resistência islâmica anunciou a designação do dirigente Yahya Sinwar na liderança do gabinete político do movimento”, esclarece o comunicado.
Quem é Sinwar?
O novo líder político do Hamas é visto como um ativista radical e pragmático, considerado o mentor do ataque de 7 de outubro contra Israel e a “cara do Diabo” pelas forças israelitas.
Foi, até então, uma espécie de “ministro da Defesa” do Hamas.
Ainda em junho, o seu radicalismo veio à tona, quando defendeu que o derramamento de sangue e morte de civis palestinianos na Faixa de Gaza tem ajudado e vai continuar a ajudar o grupo islamita.
A morte de civis palestinianos é um “sacrifício necessário” para ter os israelitas “exatamente onde os queremos”, terá dito Sinwar aos negociadores de cessar-fogo.
Nascido num campo de refugiados em Gaza, o antigo combatente das Brigadas militares terá sido um dos primeiros e mais importantes financiadores do grupo islamita.
Fala Henreu e conhece bem Israel: começou a levantar fundos para o Hamas enquanto era prisioneiro no país. Em 1988, foi preso por assassinar palestinianos que suspeitava estarem a espiar para Israel.
Foi libertado em 2011, após cumprir aquela pena, no âmbito de uma troca com o soldado franco-israelita Gilad Shalit que foi feito refém pelo Hamas.
É um dos principais alvos de Israel na operação militar que visa “desmontar” o Hamas, mas não é certo que esteja em Gaza.
“Pediu ao Irão que enviassem armas”
Terá também sido Sinwar o responsável pelo estabelecimento de relações com o Irão.
O ex-funcionário da agência de segurança israelita Micha Koubi afirma que o interrogou por mais de 150 horas e conta que Sinwar conseguiu estabelecer relações com o Irão enviando mensagens secretas da prisão.
Em 2007, um ano depois de o Hamas ser eleito para assumir o poder na Faixa de Gaza, Israel e Egito reforçaram o bloqueio sobre a região, alegando preocupações com a sua segurança.
Para Koubi, as conexões de Sinwar no Irão ajudaram-no a romper o bloqueio.
“Ele enviou mensageiros para o Irão, para iniciar o contacto”, conta Koubi. “Ele pediu que eles enviassem armas. E eles concordaram em ajudar [o Hamas] com tudo o que eles precisassem. Aquilo foi só o começo.”
Sinwar deve ser “eliminado rapidamente”
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Israel Katz, afirmou que o novo líder do Hamas deve ser “eliminado rapidamente”.
“A nomeação do arqui-terrorista Yahya Sinwar como líder do Hamas, em substituição de Ismail Haniyeh, é mais uma razão para o eliminar rapidamente e riscar esta organização desprezível do mapa”, afirmou Katz na rede social X.
O exército e as autoridades israelitas acusam Sinwar de ser um dos mentores do ataque sem precedentes do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, o que faz dele um dos homens mais procurados por Israel.
Huthis e Hezbollah felicitam novo líder
Os rebeldes Huthis do Iémen e o grupo xiita libanês Hezbollah, principais aliados do Irão no Médio Oriente, felicitaram esta terça-feira Sinwar.
“Parabenizamos o Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas, e o resiliente povo palestino pela eleição do líder combatente, Yahya Ibrahim Sinwar”, escreveu o porta-voz político dos rebeldes Houthi, Mohamed Abdelsalam, na sua conta da rede social X.
O Hezbollah também felicitou Sinwar, a quem desejou que “Alá Todo-Poderoso lhe conceda a vitória”, considerando que “a bandeira é passada de mão em mão, encharcada no sangue dos mártires”.
ZAP // Lusa
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Não é assassínio eliminar dirigentes do Hamas, são desinfecções entre Palestinianos- Eliminação das bactérias mais perigosas. Toda a sorte para Israel!