Preços vão subir outra vez em todos os setores

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Intenção de subida de preços até outubro aumentou em todos os setores. Comércio deve sofrer o maior aumento e o processo de desinflação pode perder força.

As empresas portuguesas de todos os setores de atividade estão a preparar-se para aumentar os preços de venda ao consumidor nos próximos meses.

A intenção, revelada pelos inquéritos mensais de conjuntura do Instituto Nacional de Estatística (INE) de julho e divulgada pelo Jornal de Negócios, poderá dificultar o processo de desinflação, que já se prevê “acidentado”, noticia o jornal.

De acordo com os dados do INE, que analisam as respostas de cerca de 5 mil empresas, o saldo das expectativas dos empresários sobre a evolução dos preços de venda aumentou significativamente na indústria transformadora, construção, obras públicas e comércio, e moderadamente nos serviços. Estes aumentos indicam uma pressão acrescida sobre a inflação até outubro.

Comércio deve sofrer o maior aumento

O setor do comércio destaca-se com o maior aumento nas expectativas de subida de preços: este o segundo mês consecutivo com previsões de aumentos.

O saldo das perspetivas dos empresários no comércio subiu de 7,1 para 10,3 pontos, atingindo valores de dois dígitos pela primeira vez desde abril de 2023.

Nos setores da indústria e construção, os empresários antecipavam um alívio nos preços desde o início do ano. No entanto, essa tendência alterou-se em julho, com o saldo das expectativas na indústria a subir de 6,2 para 8,3 pontos e na construção de 8,4 para 11,4 pontos.

Mesmo nos serviços, onde a subida foi mais modesta, houve uma inversão da tendência. O saldo das expectativas passou de 7,8 para 8,5 pontos, com os principais aumentos previstos nos transportes, armazenagem, atividades imobiliárias, artísticas, desportivas e recreativas. Alguns subsetores, como alojamento, restauração, atividades administrativas e serviços de consultoria, esperam ainda reduzir preços nos próximos meses.

Desinflação perde fôlego

Com todos os setores a preverem novas subidas de preços, o processo de desinflação em Portugal pode perder força.

A inflação, que em novembro passado caiu abaixo da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE), tem oscilado desde então. Em julho, a estimativa rápida do INE indicava uma inflação de 2,5%.

Christine Lagarde, presidente do BCE, alertou para um caminho “acidentado” até à estabilidade de preços. No último mês, a inflação na Zona Euro subiu para 2,6%, após o banco central ter mantido as taxas de juro inalteradas. Apesar disso, as empresas da Zona Euro preveem uma moderação nos aumentos de preços, contrastando com a situação em Portugal.

Lagarde referiu esperar um “verão agitado” com indicadores sobre salários, margens de lucro e produtividade, o que influenciará a direção da política monetária, não se comprometendo com uma descida das taxas em setembro.

ZAP //

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6 Comments

  1. «…Vou fazer um apelo, como fizemos aos gangues no início de 2019, em que lhes dissemos: ou param de matar pessoas ou não se queixem do que acontece depois.
    Bem, vou deixar uma mensagem aos importadores, distribuidores e grossistas de alimentos: parem de abusar do Povo de El Salvador ou não se queixem do que vai acontecer a seguir. Não estamos a brincar e espero que os preços baixem amanhã ou haverá problemas….» – Nayib Bukele

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  2. Vão subir??? Já subiram desde o mês passado, com os turistas e as férias dos emigrantes isto é ver quem sobe mais, para mais encher os bolsos!!! esquecem-se que o português que vive cá todo o ano não consegue acompanhar essa inflação.

  3. Já estão a subir os preços para aumentarem as margens de lucro!! Tudo a subir e quem paga é o consumidor!!
    Porque subiram??? Ninguém sabe, algures no mundo o zé do tio primo do cunhado de alguém deu um peido que afectou a balança económica de alguém.

    Conclusão, mais do mesmo!

  4. E que tal descer? A subida de preços desenfreada foi apenas especulação. Nada justificou o aumento selvagem dos preços que em muitos artigos duplicaram e até triplicaram. Vão dar banho ao cão.

  5. O aumento constante dos salarios está a levar a um maior consumo, e as empresas aproveitam na legalidade. Recebesse com uma mão e pagasse mais com a outra, enquanto nao entendermos isto continuaremos escravizados pela inflação.

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