Um pequeno pinguim é a chave para compreender a evolução das aves

Tatsuya Shinmura / Ashoro Museum of Paleontology

Reconstrução artística de Pakudyptes, um dos pinguins mais pequenos de que há registo

Um pequeno pinguim fóssil desempenha um papel importante na história evolutiva das aves.

Os investigadores descobriram pela primeira vez fósseis de um pequeno pinguim na década de 1980.

O pinguim, um dos mais pequenos pinguins alguma vez descobertos., viveu na Nova Zelândia há cerca de 24 milhões de anos e era muito pequeno, quase do mesmo tamanho que o pinguim azul (Eudyptula minor).

A história da evolução desta espécie manteve-se um um enigma  durante décadas — até agora.

Num novo estudo, publicado o mês passado no Journal of the Royal Society of New Zealand, uma equipa de investigadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, analisou três ossos do animal, incluindo um úmero, um fémur e um cúbito.

Segundo o Science Daily, a equipa reanalisou os fósseis e confirmou que pertencem a uma espécie até agora não descrita, a que deram o nome de Pakudyptes hakataramea.

Através da análise, observaram que o úmero e o cúbito evidenciavam zonas de fixação de músculos e ligamentos que sugerem como as asas eram utilizadas para nadar e realizar manobras debaixo de água.

“Surpreendentemente, enquanto as articulações do ombro da asa do P. hakataramea estavam muito próximas da condição do pinguim atual, as articulações do cotovelo eram muito semelhantes às dos tipos mais antigos de pinguins fósseis”, explica o primeiro autor do estudo, Tatsuro Ando.

O animal tinha ossos densos como os dos pinguins vivos, o que teria sido adequado para nadar e mergulhar. A cavidade medular também era semelhante à dos pequenos pinguins azuis, que normalmente passam o tempo em águas pouco profundas.

“Os pinguins evoluíram rapidamente entre o Oligoceno e o Mioceno e o Pakudyptes é um fóssil importante deste período. O seu pequeno tamanho e a combinação única de ossos podem ter contribuído para a diversidade ecológica dos pinguins modernos”, conclui a coautora do estudo Carolina Loch, em comunicado.

Por fim, o estudo permitiu aos cientistas entender a forma como os pinguins se diversificaram entre o final da época oligocénica e o início da miocénica bem como a diversidade ecológica dos pinguins modernos.

Soraia Ferreira, ZAP //

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