A luz noturna aumenta o risco de diabetes tipo 2 em até 67%

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Evitar luz forte à noite pode ser uma maneira simples de reduzir o risco de diabetes tipo 2, revela uma nova investigação.

Num estudo com 85 mil pessoas, cientistas da Universidade Flinders descobriram que a exposição noturna à luz aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2, independentemente das atividades diurnas.

“A exposição à luz durante a noite pode perturbar os nossos ritmos circadianos, causando alterações na secreção de insulina e no metabolismo da glicose”, disse o investigador Andrew Phillips, da Faculdade de Medicina e Saúde Pública. “Estas alterações afetam a capacidade do corpo de regular os níveis de açúcar no sangue, o que pode levar ao desenvolvimento de diabetes tipo 2.”

Os investigadores usaram dados do UK Biobank relativos a 84.790 participantes que usaram sensores de luz no pulso durante uma semana entre 2013 e 2016, tendo sido avaliados nove anos depois.

Com 13 milhões de horas de dados recolhidos por sensores de luz, os cientistas descobriram que havia um risco até 67% maior de desenvolver diabetes mais tarde na vida. Além disso, a equipa também descobriu que o risco aumentava com a quantidade de tempo passado exposto à luz, independentemente dos comportamentos diurnos.

Segundo o MedicalXpress, estes dados apoiam a hipótese de que a luz, que suprime ou altera os ritmos circadianos centrais, colocando-os numa “fase anormal”, também pode alterar a forma como a insulina é secretada e a glicose metabolizada.

“Os ritmos circadianos de melatonina ou de glicocorticóides interrompidos podem apresentar concentrações elevadas durante as horas de vigília, reduzindo a secreção de insulina pancreática e promovendo a produção hepática de glicose em horários que coincidem com a ingestão de alimentos”, apontam os cientistas.

“O desalinhamento circadiano persistente pode levar a níveis elevados de glicose pós-prandial, iniciando o desenvolvimento de diabetes tipo 2, aumentando o tamanho e a inflamação dos adipócitos, promovendo a resistência à insulina e a secreção de marcadores inflamatórios (por exemplo, interleucina-1β) que inibem a atividade pancreática, função das células beta”, acrescenta a equipa.

Apesar de o estilo de vida e os comportamentos, como o trabalho por turnos e os padrões irregulares de sono, terem impacto no risco de diabetes, os investigadores levaram em conta estes fatores e descobriram que a exposição à luz entre as 00h30 e as 6h00 representava um problema de saúde significativo.

É por isso que a equipa sugere que limitar a exposição pessoal à luz entre estas horas, num esforço para manter os ritmos circadianos sob controlo, é para muitos uma forma fácil de reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

Os resultados surgem num artigo científico publicado, recentemente, na The Lancet Regional Health – Europe.

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