A obesidade é uma doença crónica que requer um tratamento a longo prazo para que se possa conseguir uma perda de peso sustentável. Uma equipa de investigadores analisou três abordagens diferentes — e identificou a que produz melhores resultados de longo prazo.
Com base em dados publicados, os cientistas compararam três abordagens de tratamento relativamente à sua eficácia e estabilidade dos resultados: intervenções no estilo de vida, agonistas dos recetores GLP-1 (semaglutide e tirzepatide) e cirurgia bariátrica.
Segundo o SciTechDaily, os investigadores descobriram que a mudança do estilo de vida, nomeadamente na dieta e no aumento do exercício, resultou numa perda de peso média de 7,4%. Os GLP-1 e a cirurgia bariátrica apresentaram resultados muito superiores.
Num novo estudo, publicado este mês na American Society for Metabolic & Bariatric Surgery, os cientistas incluíram na sua investigação milhares de doentes e ensaios clínicos aleatórios.
Cinco meses de injeções semanais de GLP-1 semaglutide resultaram numa perda de peso de 10,6% e nove meses de tirzepatide produziram uma perda de peso de 21,1%.
No entanto, uma vez interrompido o tratamento, cerca de metade do peso perdido voltou no espaço de um ano, independentemente do medicamento utilizado.
Se as injeções fossem continuadas, os doentes com tirzepatide atingiam um patamar de 22,5% de perda de peso dos 17 aos 18 meses. Os doentes que tomaram semaglutide atingiram um patamar de 14,9% durante o mesmo período de tempo.
“A cirurgia bariátrica e metabólica continua a ser o tratamento mais eficaz e duradouro para a obesidade grave. Infelizmente, também permanece entre os mais subutilizados”, realça a principal autora do estudo, Marina Kurian.
“A cirurgia pode desempenhar um papel mais importante no tratamento da obesidade e ser considerada mais cedo no processo da doença. Já não é um tratamento de último recurso e não deve ser adiada até que se desenvolva uma doença mais grave”, conclui.
A cirurgia bariátrica e metabólica parece assim ser a melhor ferramenta de que dispomos para combater a obesidade, e poderá permitir que mais pessoas sejam tratadas com sucesso — especialmente se os preços da intervenção baixarem e a cobertura dos seguros melhorar.